Your boyfriend's twin brother - Jungkook

06

Jungkook's Pov

Tranquei a fechadura do banheiro e encostei as costas na porta, suspirando. Por um momento, esqueci que eu era Jungkook, não Jungwoo. A situação era complicada: eu estava vivendo a vida do meu irmão gêmeo, e a confusão de identidades estava me enlouquecendo.

Spencer estava acostumada com o Jungwoo, que não era exatamente o tipo mais carinhoso. Então, quando eu a surpreendi com gestos afetuosos no quarto, tenho certeza de que ela ficou confusa.

Lavei meu rosto na pia e encarei minha imagem no espelho.

— Você é o Jungkook, não confunda as coisas — pensei alto.

Desci as escadas, procurando Spencer. A encontrei de costas para o balcão que separava a sala da cozinha. Me aproximei com cuidado, escondendo o nervosismo nas mãos no bolso da calça de moletom que eu usava.

— Tem algo para o café? — perguntei, tentando parecer normal, observando a mesa vazia. Ela olhou para trás, notando minha presença ali, e sorriu.

— Meus pais achavam que sim, mas tiveram que ir ao mercado — explicou. — A única coisa que temos aqui são ingredientes para o almoço.

Assenti e fui até a cozinha. Vi uma sacola de torradas.

— Tem algumas torradas aqui. Posso fazer um ovo mexido até seus pais voltarem.

Spencer não estava convencida.

— Mas Jungwoo, você não sabe cozinhar, muito menos fazer ovo mexido — afirmou, me fazendo arregalar os olhos.

Droga. Eu me esqueci disso.

— Ah... E-eu aprendi o básico com minha mãe... — desconversei, tentando salvar a situação.

Ela me olhou desconfiada. Burro. Como eu poderia esquecer que Jungwoo não cozinhava? Na verdade, ele tentava, mas era um desastre.

Fritei os ovos e montei os pães, tudo sendo observado por ela. Nem para fingir você serve, Jungkook.

No final, comemos, e ela me elogiou por ter conseguido fritar um mísero ovo sem fazer lambança.

— Quando surgiu seu interesse repentino por culinária? — perguntou enquanto eu lavava a louça e ela secava. — Sua mãe sempre tentou te ensinar, mas você nunca quis.

Engoli em seco.

— Eu pedi para ela me ensinar. Estava sendo chato depender dos meus pais e de Jungkook para comer — menti, tentando não transparecer meu nervosismo.

A parte sobre Jungwoo depender de nós para comer era verdade. Ou ele estava sempre pedindo delivery.

— Hum — ela murmurou, suspeita. Olhei para fora, vendo que o dia estava bonito.

— Que tal irmos para a piscina? — tentei desviar do clima estranho.

— É, parece bom. Vou me vestir.

Spencer subiu as escadas até o quarto. Respirei aliviado. Seria ótimo fazer ela esquecer que seu "namorado" estava suspeito. Eu estava me metendo em um verdadeiro emaranhado de mentiras, mas não havia outra opção.

Enquanto esperava por Spencer, olhei pela janela da cozinha. O sol brilhava lá fora, e a piscina parecia convidativa. Eu não era um grande nadador, mas a ideia de passar um tempo com Spencer à beira da piscina era tentadora.

Quando ela desceu, vestindo um biquíni azul, meu coração deu um salto. Ela era linda, e eu estava cada vez mais envolvido nessa farsa. Mas não podia deixar que ela descobrisse a verdade.

— Vamos? — ela perguntou, sorrindo.

— Sim... — respondi, envergonhado.

Seguimos para a área da piscina, e eu retirei a camisa, me sentindo um pouco desajeitado. Mas eu precisava me adaptar.

Spencer mergulhou na água, e eu a segui. A sensação do sol na minha pele e a água fresca ao redor eram maravilhosas. Conversamos sobre coisas aleatórias, rindo e aproveitando o momento. Eu fazia palhaçadas, arrancando risadas da mesma, havia até me esquecido de que ela estava rindo de Jungwoo, não de mim.

Mas tirar um sorriso de seu rosto, me lembrava dos tempos antigos, em que éramos apenas nós.

Em uma certa hora, seus pais apareceram e nós fizemos refeições. O dia estava tão quente, e a piscina tão convidativa, que passamos a tarde toda ali.

À medida em que a noite chegava, eu me perguntava quanto tempo conseguiria manter essa farsa. O que aconteceria se Spencer descobrisse a verdade? Mas, por enquanto, eu me permiti esquecer os problemas e me concentrar no presente. Afinal, ali na piscina, com o sol brilhando e Spencer ao meu lado, eu podia fingir que era apenas Jungwoo, o namorado dela. E, por um breve momento, isso foi suficiente.

— Jungwoo — tocou meu braço, sorrindo travesso. — Tá com você.

Ela mergulhou rapidamente, me fazendo rir e acompanhá-la.

Como podem dois seres de mais de vinte anos estarem brincando de pega pega?

— Eu vou te pegar! Não adianta fugir! — exclamei voltando à superfície, para recuperar o fôlego. Sorri vitorioso quando a vi nadar em um canto da piscina. Mergulhei de volta e a puxei pela cintura, trazendo-nos de volta para cima.

— Te peguei.

Sussurrei pela nossa aproximação. Eu encarava seu rosto, que estava sendo iluminado apenas pela luz da varanda, enquanto eu podia sentir a sua respiração quente em meu queixo. Paralisado com a situação, olhei para a sua boca que se encontrava em um tom de roxo, devido ao sereno que a noite trazia.

Ela passou os braços pelo meu pescoço, fazendo minha atenção voltar aos seus olhos castanhos. Como ela podia ser tão perfeita? Era essa a visão que Jungwoo tinha? Que injusto.

Ele que me perdoe pelo o que eu estava prestes a fazer.

Não aguentando mais ficar parado, inclinei minha cabeça, fazendo finalmente nossos lábios se chocarem. Meus batimentos aceleraram ao sentir seus lábios gélidos tocarem os meus. O beijo era calmo e doce, e ali eu transmitia todo o meu amor por ela.

Borboletas dançavam em meu estômago quando eu pedi passagem com a língua, que foi concedida imediatamente. Envolvi ainda mais sua cintura com meus braços, sentindo o beijo se tornar intenso. Ela acariciou meus cabelos, fazendo um leve arrepio passear pelo meu corpo. O ósculo foi finalizado com selinhos de minha parte, que ansiava por mais.

Buscando por ar, encostamos as nossas testas e sorrimos um para o outro.

Meu desejo havia se realizado.

O momento foi tão arrebatador para mim, que apenas me lembro de tomar um banho e capotar de sono na cama, envolvido em seus braços.