Leaving Tonight - G!P

20. New Year

Hailee pov's

Passaram três semanas desde que a minha mãe faleceu. Eu tive que fazer acompanhamento psicológico e também fui diagnosticada com depressão pós luto e dissociação. Meus dias não tem andado muito bem e está tudo uma completa bagunça.

— Hailee, levanta dessa cama pelo amor de todos os deuses. — Meu irmão me sacudia na cama pela milésima vez no dia.

— A Billie vem te ver hoje, você sabia? Vai mesmo querer receber ela nessas condições?

— Merda. — Murmurei.

— Você não abre os olhos nem para olhar o celular, óbvio que você não sabia que ela iria vir.

— Já acabou? — A boa relação que eu e meu irmão tivemos a vida toda vem se destruindo a cada dia que passa.

Ele sufoca toda a dor que tem dentro de seu peito para ser forte o tempo inteiro e quer que eu faça o mesmo, mas eu não sei fazer isso e nem quero.

— Olha Hailee, eu tentei te ajudar e ainda estou tentando, mas se você quer se destruir por inteira dia após dia, isso é um problema seu.

— Certo.

Alguns minutos depois eu me obriguei a levantar e tomar um banho pelo menos, fazia uns quatro dias que eu não via um chuveiro. Eu não me orgulho de estar nessas condições, mas parece que a cada dia mais a minha vontade de viver some. Escola? Não piso nesse lugar há dias.

Estou até mesmo evitando ver a Billie, não acho justo ela ter que me ver desse jeito e acabar ficando deprimida também.

//

— Hailee vamos comigo amanhã, você tem que ver a luz do sol, está pálida feito papel. — Minha namorada estava há horas conversando comigo sobre voltar a estudar ou eu repetiria por falta.

— Eu preciso de mais um tempo, não me sinto pronta ainda. — Ouço ela suspirar.

Estava de cabeça baixa até sentir algo molhar o meu pescoço.

— Você... 'tá chorando? — Estávamos abraçadas e seu rosto apoiado na curva do meu pescoço.

— Não consigo ver você assim e não poder fazer nada para ajudar. — Ela falava em meio aos soluços.

— Você já faz o suficiente estando ao meu lado, meu bem. — sorri, mesmo que ela não pudesse ver.

— Eu sinto muita falta dela, Billie. É como se a minha vida não fizesse mais sentido, dói saber que eu não vou vê-la novamente.

Billie ficou em silêncio por alguns segundos, mas logo levantou seu rosto e me encarou.

— Eu sei que sente muita saudade, mal sei o que dizer para te confortar e isso me deixa péssima. — A corto antes que a mesma possa continuar.

— Não precisa, de verdade. Como eu já disse, apenas a sua presença me conforta. — Deixo um selinho em sua testa.

[...]

18 de janeiro de 2018.

— Hailee? — Ouço a voz de minha namorada ecoar pelo local.

— Pode entrar. — Estava no banheiro escovando meus cabelos.

— Nossa, que cheiro gostoso. — Se aproxima de mim e deixa um beijo casto em meu pescoço.

— Não se faça de boba, é apenas o meu perfume de sempre. — Billie ri.

— Perfume esse que eu sou viciada e ficaria o dia inteiro cheirando o seu pescoço se pudesse.