DESABAFOS NOTURNOS

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Depois de muitas risadas e histórias compartilhadas, senti que precisava de um momento de descanso. Avisei ao pessoal que iria tomar um banho rápido antes do jantar. A água quente ajudou a relaxar meus músculos e acalmar um pouco minha mente tumultuada. O reencontro com todos estava sendo maravilhoso, mas não conseguia parar de pensar em Kamilinha.

Saí do banho, me vesti e desci para a cozinha onde a turma já estava reunida ao redor da mesa. O cheiro de comida caseira encheu o ambiente, e meu estômago roncou de fome.

— S/n, você chegou bem na hora! — disse Day, me passando um prato cheio de comida. — Aproveita e come bastante!

Sentei-me entre Hytalo e Andyn, enquanto as conversas animadas continuavam. Todos queriam saber mais sobre minha vida fora de João Pessoa, e eu fazia o possível para responder a todas as perguntas, tentando ao mesmo tempo aproveitar a companhia deles.

Depois do jantar, ficamos na sala por mais algumas horas, conversando e relembrando os velhos tempos. Kamilinha estava do outro lado da sala, rindo e se divertindo, mas percebi que ela olhava para o celular com frequência, parecendo um pouco preocupada.

— S/n, vou te mostrar seu quarto — disse Hytalo, interrompendo meus pensamentos. — Preparamos tudo especialmente para você.

Segui Hytalo até o andar de cima. Ele abriu a porta de um quarto aconchegante, decorado com fotos antigas e lembranças dos nossos tempos juntos.

— Espero que você goste. — Disse ele com um sorriso.

— Está perfeito, Hytalo. Obrigada por tudo. — Respondi, sentindo um calor no coração.

Ele me deu um abraço rápido e saiu do quarto, me deixando sozinha com meus pensamentos. Deitei na cama, tentando processar tudo o que tinha acontecido naquele dia. Meu coração ainda batia forte ao pensar em Kamilinha, e me perguntei como conseguiria lidar com esses sentimentos.

Os minutos se transformaram em horas enquanto eu olhava para o teto, perdida em pensamentos. Por fim, percebi que já eram 4 horas da manhã. Foi quando ouvi toques suaves na porta.

Levantei-me, curiosa e um pouco preocupada, e abri a porta. Lá estava Kamilinha, com os olhos vermelhos de chorar.

— Kami, o que aconteceu? — Perguntei, preocupada.

— S/n, eu precisava desabafar com alguém. Posso entrar? — Ela perguntou, a voz tremendo.

— Claro, entra. — Disse, abrindo espaço para ela passar.

Kamilinha entrou e se sentou na cama, segurando o celular com força.

— Eu liguei para o Gabb antes de dormir, e acabamos brigando feio. Ele tem muito ciúmes de tudo, e hoje foi a gota d'água. — Disse ela, tentando segurar as lágrimas.

Sentei-me ao lado dela, colocando uma mão em seu ombro.

— Sinto muito, Kami. Quer me contar o que aconteceu?

Ela suspirou profundamente e começou a contar sobre a discussão. Era doloroso ver a pessoa que eu amava tanto sofrer, mas ao mesmo tempo, eu estava grata por ela confiar em mim para desabafar. Tentei ser o mais compreensiva e solidária possível, oferecendo palavras de conforto e conselhos.

Depois de um tempo, Kamilinha finalmente parecia mais calma.

— Obrigada por me ouvir, S/n. Você sempre sabe como me fazer sentir melhor. — Disse ela, dando-me um abraço apertado.

Meu coração acelerou novamente, mas me forcei a manter a calma.

— Sempre estarei aqui para você, Kami. — Respondi, tentando esconder a dor que sentia.

Ela sorriu, um pouco mais tranquila, e se despediu para voltar ao seu quarto. Fiquei ali, sozinha, tentando processar tudo o que tinha acontecido. A noite ainda era longa, e meus sentimentos estavam mais confusos do que nunca.

Deitei novamente, olhando para o teto, sabendo que as coisas não seriam fáceis, mas determinada a estar ao lado de Kamilinha, não importava o que acontecesse.

um amor talvez proibido || Kamylinha SantosOnde histórias criam vida. Descubra agora