A festa continuava a todo vapor, mas a atmosfera ao meu redor parecia ter mudado. Enquanto dançava com Henrique, senti uma presença se aproximando. Era Kamilinha, e seu rosto demonstrava uma mistura de raiva e determinação.
— Podemos conversar? — ela disse, segurando meu braço com firmeza.
Henrique olhou para mim, preocupado, mas eu assenti e o tranquilizei com um olhar antes de seguir Kamilinha para um canto mais isolado do salão.
— Eu vi você beijando o Henrique — Kamilinha começou, seus olhos brilhando de emoção contida.
— E eu vi você beijando o seu amigo — respondi, tentando manter a calma. — O que você quer que eu faça?
— Isso é diferente! — ela exclamou. — Eu... eu só beijei ele porque estava confusa, porque...
— Porque o quê? — interrompi, a frustração crescendo dentro de mim. — Kamilinha, nós duas sabemos que estamos tentando entender nossos sentimentos, mas isso não significa que podemos brincar assim com as emoções dos outros.
Houve um momento de silêncio, em que apenas a música alta da festa preenchia o espaço entre nós. Finalmente, Kamilinha falou, sua voz mais baixa e trêmula.
— Eu estava com ciúmes, ok? Eu não suportei te ver beijando ele.
— E você acha que foi fácil para mim te ver beijando outra pessoa? — retruquei, meus olhos ardendo com lágrimas não derramadas.
Sem mais palavras, nos afastamos uma da outra, cada uma seguindo seu próprio caminho pela festa. Fui para o banheiro para tentar me acalmar, respirando fundo e olhando meu reflexo no espelho.
Quando saí, ainda sentindo o coração pesado, vi Kamilinha novamente beijando o mesmo garoto, desta vez com Hytalo gravando tudo. A cena me atingiu como um soco no estômago, mas tentei manter a compostura.
Henrique apareceu ao meu lado, percebendo minha expressão triste.
— Você está bem? — ele perguntou, genuinamente preocupado.
— Sim, só... muita coisa acontecendo — respondi, forçando um sorriso.
Ele passou o braço ao redor dos meus ombros e me guiou de volta para a festa. Eu sabia que Henrique estava tentando me animar, e apreciei seu esforço. No entanto, a imagem de Kamilinha beijando outro cara continuava a rondar minha mente.
A festa continuou, e eu tentei me distrair, aproveitando a companhia de Henrique e dos outros amigos. Mas no fundo, a discussão e o ciúme ainda pairavam entre mim e Kamilinha, deixando uma tensão que eu sabia que precisaríamos resolver mais cedo ou mais tarde.
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um amor talvez proibido || Kamylinha Santos
RomansaS/n está de volta a João Pessoa, sua cidade natal, após anos vivendo fora. Reencontrando a turma de amigos de infância - Hytalo Santos, Kamilinha, The, Kety, Day, Daninha, Hary, Andyn, Allan, Madrinha e Px - ela sente a mistura de felicidade e nosta...