DE VOLTA À ROTINA

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Após a intensa sequência de eventos na cabana, finalmente era hora de voltarmos para João Pessoa. As malas estavam prontas e o carro nos esperava. Despedimo-nos da cabana com um misto de alívio e saudade. A viagem de volta foi tranquila, com todos ainda processando o que havia acontecido.

Ao chegarmos a João Pessoa, cada um voltou para sua rotina. The, Kety, Day, Daninha, Px, Allan, Kamilinha e eu retomamos as aulas na escola. A volta ao cotidiano parecia reconfortante, mas o clima entre mim e Kamilinha ainda estava carregado de tensão e sentimentos não resolvidos.

Na escola, o primeiro dia de volta foi como qualquer outro. Assistimos às aulas, conversamos nos corredores e rimos juntos, mas sempre havia aquele olhar, aquele toque de mãos de Kamilinha que me fazia lembrar de tudo o que tínhamos vivido recentemente.

Durante o intervalo, Kamilinha me puxou para um canto mais isolado.

— Precisamos conversar — ela disse, com um olhar sério. — Encontre-me no banheiro depois da aula de matemática.

Concordei, sentindo um frio na barriga. O que será que ela queria discutir agora?

Após a aula de matemática, fui até o banheiro conforme combinado. Kamilinha já estava lá, encostada na pia, olhando-se no espelho. Quando me viu, virou-se e veio em minha direção.

— Precisamos resolver essa tensão entre nós — ela disse, sem rodeios.

— Eu sei — respondi, tentando manter a calma.

Ela deu um passo à frente, diminuindo a distância entre nós.

— Desde aquela noite, não paro de pensar em você — Kamilinha confessou, com a voz baixa. — Mas não quero que isso nos afaste mais.

Ela se aproximou ainda mais, seus olhos fixos nos meus. Senti o coração acelerar. Ela encostou a testa na minha, fechando os olhos por um momento.

— Eu também não paro de pensar em você — confessei, sentindo um peso sair de cima de mim.

Kamilinha me olhou nos olhos e, sem dizer mais nada, selou nossos lábios em um beijo suave, mas carregado de emoções. Foi um beijo que não precisava de palavras, apenas de sentimentos. Suas mãos acariciaram meu rosto e senti o calor de seu toque percorrer meu corpo.

Nos afastamos lentamente, e ela sorriu, um sorriso que transmitia alívio e esperança.

— Vamos manter isso entre nós, por enquanto — ela sugeriu, e eu concordei.

O sinal tocou, anunciando o fim do intervalo. Saimos do banheiro e voltamos para a sala de aula, tentando agir naturalmente. Nossos amigos não suspeitavam de nada, e isso nos dava um certo alívio.

Enquanto nos sentávamos em nossas cadeiras, trocamos um último olhar cúmplice. Sabíamos que tínhamos muito a resolver, mas pelo menos estávamos juntos nisso. A volta à rotina escolar era apenas o começo de uma nova fase em nossas vidas.

um amor talvez proibido || Kamylinha SantosOnde histórias criam vida. Descubra agora