O despertador barulhento começa a tocar tirando Lucas do seu leve sono,fazia dias que ele não dormia direito por ficar ajudando seu pai até tarde nos projetos da prefeitura.
Era exatamente 6h da manhã,Lucas desperta ainda sonolento e se estica na tentativa falha de expulsar o sono,ele caminha devagar até o banheiro de sua casa e toma um banho quente rápido.
Ao terminar se enrola em uma toalha e segue para o seu quarto onde veste o uniforme que sua mãe havia separado na noite passada.
Lucas se olha no espelho e se sente ridículo naquela blusa social branca e calça azul Marinho,mas era o uniforme da sua nova escola então não tinha muita escolha.
Ao terminar de pentear seus cabelos ele pega sua bolsa e vai até a cozinha que está silenciosa como de costume,mas ainda sim seu pai estava sentado lendo jornal e com uma xícara de café em sua frente.Ja sua mãe lavava algumas vasilhas destraida.
- bom dia - diz quebrando o silêncio e recebe o olhar sobre o jornal do seu pai.
- bom dia meu filho, como dormiu? - Ana,sua mãe vai até ele e lhe dá um abraço carinhoso.
- bem mamãe,obrigado por perguntar.
- sente-se irei servir seu café.- ela diz com um sorriso que logo some.
- já disse pra você parar de mimar esse garoto,ele tem mão,se quiser ele mesmo se serve - João,seu pai diz ríspido como de costume.
- Mas…
-Sempre meu pai usa essa forma ríspida e grosseira para falar com minha Mas, que parece ter se acostumado com esse seu jeito autoritário de governar as nossas vidas com mãos de ferro, estou crescendo e breve chegará o dia em que vou conseguir sair desta casa .
- está tudo bem mãe,só vou pegar uma maçã e já estou indo,não quero chegar atrasado no meu primeiro dia.- digo tentando fazer com que ela não brigue com meu pai a essa hora da manhã.
- você que sabe, mas de qualquer forma compre um lanche para não ficar com fome - diz colocando uma nota de 20 em meu bolso.
- obrigado mãe,você é incrível. - digo dando um beijo em seu rosto enrugado.
- quando chegar quero que lave todo meu carro para pagar esses 20 reais,final de contas ele veio do meu bolso já que sua mãe não trabalha. - diz e volta a ler seu jornal.
- sim senhor,pai.
O pai de Lucas nem sempre foi assim,a alguns anos atrás ele era apenas o "senhor João",um homem caridoso e gentil que todos da comunidade gostava, mas com o passar do tempo João conseguiu serviço na prefeitura, graças a sua mulher que trabalhava de faxineira na casa do prefeiro e pediu para que ele desse uma oportunidade ao seu marido.
No início tudo foi um mar de rosas,Lucas ainda era pequeno,seu pai no início o presenteava com brinquedos quase todo mês,e sempre comprava guloseimas para o garoto,mas na medida em que o salário ia crescendo a ganância crescia em seu coração o deixando cada vez mais frio,primeiro o filho,depois os mimos e até mesmo a esposa ele deixou de lado.
Lucas segue seu caminho pensativo até o ponto onde pegaria o ônibus para a escola,assim que virou a esquina poude ver vários jovens esperando assim como ele,mas o seu uniforme era o único diferente ali já que sua escola era particular diferente dos outros que era pública.
Mas em momento algum Lucas se sentia superior por isso,pelo contrário se dependesse dele ainda estaria na escola pública,ele sabia que seu lugar não era em uma escola particular só estava indo por seu pai praticamente o obrigar,pois segundo ele o filho do braço direito do prefeiro não pode ser visto de qualquer forma ou sua imagem será manchada.
- que uniforme legal Lucas - diz Gracielly minha colega da antiga escola e vizinha.
- eu sei que não é, então não adianta mentir-digo vendo que ela segurava o riso.
- tá....realmente é ridículo, onde arrumou isso? - ela ri .
- esse é o uniforme de lá,não tenho muita escolha por ser obrigatório.
- me diz por favor que das meninas é melhor? - ela súplica.
- não sei te dizer,mas sei que é saia - digo dando ombros.
- ah ninguém merece ir pra escola de saia - ela bufa.
- mas o porque da preocupação se não estuda lá.
- eh ganhei uma bolsa de estudo,passei na prova dos bolsistas- ela diz me fazendo abrir um grande sorriso
- não brinca...sério isso Graci.?
- mas já desanimei por saber que vou ter que usar saia - ela bufa.
Gracielly e lésbica,foram anos difíceis até ela conseguir se revelar para seus pais,mãe com muito custo ela conseguiu e recebeu maior apoio deles.E por esse motivo ela odeia qualquer tipo de roupa ou acessórios femininos,ver Gracy de longe é mesma coisa de ver um homenzinho.
Seu cabelo são drads até a cintura com a lateral raspada,e seu estilo é sempre masculino,blusas grandes e largas,calcas e seus tênis estilosos,saia realmente não combina com ela.
- não desista assim,talvez eles abram uma exceção para você - ter ela lá facilitaria muito minha vida.
- você só não quer ficar sozinho naquela escola de riquinhos metidos
- com toda certeza....mas quando você vai começar?
- Infelizmente hoje - meu sorriso aumenta ainda mais.
- mas é seu uniforme?- reparo vendo que estava estava com uma blusa do Metal preta e uma calça da mesma cor,acompanhada de um tênis branco da Nike.
- irei pegar lá quando chegar- ela revira os olhos provavelmente lembrando da saia.
- tomara que agente fique na mesma turma - digo e ela concorda.
Eu e Gracy, somos amigos desde muito novos por sermos vizinhos,e antes do meu pai ser assim,nossos pais eram muito próximos,eu vivia na casa dela.Meu pai costumava brincar que nos dois iríamos ser namorados quando tivéssemos idade,e confesso que novo eu até gostava dela,mas depois com o tempo fui percebendo que o amor era apenas de amigos,e logo ela se assumiu lésbica também.
Nosso ônibus chega e nós sentamos em lugares diferentes, fui olhando o caminho inteiro admirando o quão bonito era a cidade,não costumava vir muito por esses lados,só meu pai,já que trabalhava na prefeitura que se encontra no centro.
Eu e Gracy ,moramos em uma pequena comunidade afastada da cidade, praticamente uma roça,e como lá tem tudo que precisamos não somos de vir para esses lados,mas olhando o quão lindo é, deveria falar para meu pai trazer a mamãe para dar uma volta, certeza que ela se encantaria por essas praças repletas de flores e esses prédios enormes.
Enquanto isso, do outro lado da cidade se encontra Carlinhos um jovem muito temperamental e impulsivo que mora junto da sua mãe e sua avó.
- Filho,vai se atrasar para escola -Maria,sua mãe o chama.
- só mais 5 minutos mãe - diz se virando para o canto.
- nem mais um - puxa a coberta o descobrindo.
- Ah mãe!
- Ah nada Carlinhos,se levante e vá se arrumar,sua vó já preparou seu café,estou atrasada para o serviço,sabe como é o trânsito esse horário. - diz e lhe deposita um beijo na testa - tenha um bom dia xuxu,te amo!
- também te amo mãe.
O contrário da família de Lucas a de Carlinhos era bem unida, Maria trabalhava de secretária em uma empresa e sustentava a casa,sua avó apesar da idade cuidava da casa e do neto,já seu pai ele não conhece,mas também não faz questão pois sua mãe é avó sempre deram o melhor de si para o criar.
Carlinhos se levanta tropeçando em seus pés e vai para o banheiro tomar seu banho e fazer suas higiene matinais. que a verdade seja dita ,ele detesta tomar banho todos os dias, sempre fala que está limpo e cheiroso .
VOCÊ ESTÁ LENDO
QUE COR É O AMOR?
Fanfiction" Que cor é o Amor " Sinopse Viver em um mundo onde a homofobia é considerada algo normal realmente não é fácil,a cada dia que passa as pessoas se afundam ainda mais em suas maldades e escolhas,deixando nossa convivência ainda p...