entre o ódio e a atração. - Richard Rios.

12.

Laura.

Hoje decidi vir em uma boate com uma amiga minha do tempo de escola daqui do Brasil. Eu até chamei meu irmão pra vir também, mas ele tinha bebido ontem e estava cansado.

Porém, estou me divertindo super com a Gabi, tirando que já perdi as contas de quantas vezes ela me deixou por aqui pra ir beijar.

Até agora não fiquei com ninguém, porque nenhum me interessou o bastante. Alguns homens já chegaram em mim mas meti a famosa desculpa do "eu namoro".

Pego mais uma dose de tequila pura e viro, hoje eu posso até não ficar com ninguém, mas bêbada provavelmente irei ficar.

Dou um sorriso pra mim mesma já me sentindo um pouco tonta.

•••

Depois de horas e horas eu saio pra fora da boate batendo em algumas pessoas pela minha frente, já que não tô conseguindo ver quase nada.

Chego lá fora e me sento na calçada. Não faço a menor ideia de onde a Gabi está, nem lembro a última vez que vi ela inclusive.

Sinto uma vontade de vomitar enorme, e assim acontece, vomito ali mesmo no chão. Meu Deus, eu tô muito mal.

•••

Richard Rios.

Estou dormindo e escuto meu celular tocar. Acordo um pouco assustado por que já é madrugada. Quando eu olho na tela do celular vejo que é a Laura e atendo no mesmo instante.

- Rapha?

Escuto a voz dela sair toda embola e percebo que ela não tá bem.

- aqui é o Richard, Laura.

- eita caralho.

- onde você tá?

- não sei onde eu tô, não faço a menor ideia.

Ela fala e começa a rir que nem maluca.

- meu Deus Laura, vou ligar pro seu irmão.

- oi gatinha, vamos pra minha casa, lá eu te ajudo.

Escuto uma voz masculina no fundo da ligação e me desespero.

- Laura, não sai daí com esse homem, me manda sua localização AGORA.

- eu não sei se consigo te mandar, tô sem enxergar quase nada.

- você consegue sim, sai da ligação e vai na conversa do whatsapp.

Depois de alguns minutos escuto chegar uma mensagem no meu celular e vejo que ela me mandou a localização, agradeço mentalmente.

- daqui 5 minutos tô ai.

Desligo a ligação e me levanto de pressa, pego uma camisa vestindo a mesma e saio de casa indo pro carro.

•••

Depois de uns minutos chego no local e saio do carro. Passo meu olhar pelo lugar e vejo a Laura sentada na calçada.

Caminho até ela e assim que ela me ver ela dar um sorriso tentando levantar mas sem conseguir.

- calma Laura. — pego nas mãos dela ajudando ela a levantar mas ela se desequilibra e me abraça pela cintura pra não cair.

Ela começa a rir descontroladamente. - eu só queria que esse sentimento de insuficiência saísse de mim, por isso vim beber. — depois de falar isso ela começa a chorar.

- para Laura, vamos pro carro. — seguro ela firmemente pela cintura e guio a mesma até meu carro, abro a porta do banco do carona e coloco a mesma lá.

Depois disso entro no carro e olho pra ela vendo que ela continua chorando.

- eu me sinto um lixo. — ela diz e joga a cabeça pra trás no banco.

- ei, você não é um lixo e nem é insuficiente, muito pelo contrário, apesar de você ter apenas 19 anos acho você uma mulher foda. — falo tentando amenizar a situação.

Apesar que realmente acho ela uma mulher dedicada.

Vejo ela me olhar e sorrir triste. - por quê você tá sendo legal comigo? — ela pergunta limpando as lágrimas.

- porque sei que amanhã você não vai lembrar de nada disso. - respondo sincero.

- e como você pode ter tanta certeza disso? — ela pergunta com algumas lágrimas ainda caindo dos olhos.

Eu me viro pra ela e coloco a mão em seu rosto limpando as lágrimas que ainda descem. - não tenho certeza de nada princesa, só estou apostando nisso e espero que eu esteja certo.

Vejo ela me olhar com aqueles olhos que parecem o oceano, eu me perderia facilmente neles.

Saio do transe e tiro a mão do seu rosto vendo ela desviar o olhar de mim.

- vou te levar pra casa. — falo e ligo o carro em seguida.

- não me leva pra casa, por favor. — vejo ela voltar a chorar.

Meu Deus do céu, o que eu fiz pra merecer isso?

- tá bom, tá bom, vou te levar pra minha casa.

Vejo ela me olhar e limpar as lágrimas novamente.

Eu sou muito manipulável, que raiva.

•••