- Rio de Janeiro, 18:35h.
"O amor está na sua porta, você só precisa abri-la na hora certa."
Essa frase sempre ecoa na minha cabeça sempre que vejo casais na rua, embora minha avó tenha partido dizendo que o amor é o brilho para o coração. Aos 25 anos, ainda me pergunto se um dia essas frases irão fazer sentido, se realmente vou sentir meu estômago revirando em borboletas só de ver a pessoa que amo. Mas quando? E por quê? O amor realmente vai estar na minha porta?
Os questionamentos frequentes surgem, mas logo são cortados por um barulho de buzina de um dos carros em movimento. Tirando meus fones por um momento, eu observo as ruas do Rio de Janeiro - eu diria que tentava romantizar a minha vida, mesmo que estivesse em um ônibus lotado às 18:35h da tarde. Tudo que eu desejava era minha casa, meu quarto e um bom filme acompanhado de uma bacia de pipoca.
Ao perceber que estava próxima ao meu ponto de parada, um suspiro profundo escapa dos meus lábios ao ver que teria que enfrentar aquela multidão em pé ao meu lado. Mas com um ponto de coragem e força de vontade, eu me levanto pedindo licença ao me meter no meio daquelas pessoas que não tinham caras nada boas - com razão, todo mundo ali gostaria de ir pra casa o quanto antes. Ao conseguir chegar até a porta de saída do ônibus, um suspiro de alívio escapa de meus lábios e uma ponta de animação acende quando finalmente o veículo para.
Juntamente a mim, mais 5 ou 6 pessoas desceram no mesmo ponto. Como de costume, caminhei por mais duas ruas até chegar a minha casa, que agora dividia com minha mãe. Nossa relação nunca foi as das melhores, depois da morte da minha avó as coisas saíram um pouco do controle - não é atoa que acabei morando com ela.
Ao ultrapassar o portão de casa, fechei o mesmo novamente, apenas por segurança. Ao adentrar a residência, bem organizada e arrumada graças a fascinação da minha mãe por limpeza, a encontro como todas as vezes em que chegava do trabalho: sentada em um dos sofás, a TV ligada e em suas mãos o celular.
- Oi, mãe. - Murmuro em um tom leve, não querendo atrapalhar o momento de tranquilidade da mesma. Com calma e leveza, retiro meus sapatos deixando os mesmos no canto como de costume. Ao fechar a porta, percebo que meu cumprimento não foi respondido e naquela altura eu já sabia...seria mais uma noite cheia. Mas eu estava cansada demais para bater boca, só de imaginar minhas costas doíam e minha cabeça parecia rodar de estresse.
Soltando um suspiro tenso, apenas sigo para o meu quarto em passos rápidos. Ao adentrar o meu canto de paz, fecho e tranco a porta jogando minha bolsa em cima da cama, juntamente ao meu corpo extremamente mole e cansado de mais um de trabalho. Minhas costas imploravam por uma massagem, meus pés dormentes e minha mente a milhão.
Eu só conseguia pensar em quando aquilo iria acabar, quando eu voltaria a sorrir como sorria no tempo em que ainda morava com a minha avó. A única que sempre me amparou desde pequena, já que minha mãe simplesmente me deixou para trás para viver com um francês. Meu pai? Eu nem sei quem poderia ser, já que sempre que tentei tocar no assunto com a minha mãe sobre, eu só recebia gritos e uma porção de frases dramáticas.
Meus pensamentos são interrompidos quando ouço uma notificação chegar em meu celular, me arrastando até a minha bolsa em cima da cama, consigo alcançar o zíper e abrir onde pego o aparelho. Ao abrir a tela, vejo que eram mensagens do meu chefe.
"Olá, Lia! Boa noite! Só passando para avisar que amanhã a loja não irá funcionar, teve alguns imprevistos e eu preciso resolvê-los. Aproveite para tirar o dia de folga, bom final de semana."
Um suspiro de alívio escapa de meus lábios enquanto jogo o aparelho para longe novamente. Eu só precisava dormir, relaxar...esquecer por um momento que estava naquela realidade. E em poucos segundos, pelo extremo cansaço do dia, eu simplesmente apaguei em um sono profundo.
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"𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐄𝐒𝐓𝐀́ 𝐍𝐀 𝐒𝐔𝐀 𝐏𝐎𝐑𝐓𝐀." - 𝑊𝑎𝑔𝑛𝑒𝑟 𝑀𝑜𝑢𝑟𝑎.
FanfictionOnde Lia, uma moça de 25 anos que está passando por diversos problemas depois do falecimento de sua avó que a criou desde os 5 anos de idade. E por pura ironia do destino, ela acaba conhecendo Wagner, uma estrela do cinema brasileiro que está passan...