Capítulo 14 - Telepatia.

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Eu gosto mais da alma dele, a alma
dele é sensacional.
É gêmea, minha.

- Rita Lee. ⭐️


Rio de Janeiro, 10:06h da manhã.

- Lia Martins.

A claridade que preenchia o quarto indicava que já passava das 10h da manhã, era mais uma daquelas manhãs preguiçosas que faziam meu corpo implorar para passar o dia inteiro na cama. Meus olhos se abriram com lentidão e a primeira visão que tive foi a do teto familiar de meu quarto, era possível sentir o extremo conforto naquela cama, não só pelos lençóis e sim pelos braços que me envolviam.

A respiração tranquila e serena de Wagner era música para os meus ouvidos, sem contar no perfume familiar que com certeza era um dos meus aromas favoritos desde então. O acontecimento de ontem ainda rodava pelos meus pensamentos, mas dessa vez mais tranquilos e menos incertos.

Minhas mãos acariciaram o braço que estava em volta do meu corpo, sentindo a maciez de sua pele entre os dedos. - Bom dia.- A voz de Wagner se manifestou de repetir, preguiçosa e rouca de sono.

- Bom dia.- Minha voz acabou saindo no mesmo tom. - Seu celular não parou de tocar a noite inteira.

- Deve ser o pessoal da equipe, eu acabei saindo com pressa e esqueci de avisar.- Wagner respondeu quase como um resmungo, afundando o próprio rosto na curvatura de meu pescoço. - Me desculpa por ter levantado a voz pra você ontem, eu estava de cabeça quente.

Um silêncio confortável se estendeu logo após o pedido de desculpas, sobrando apenas nossas respirações tranquilas. - Tá tudo bem...eu também tenho que me desculpar, acabei passando do limite.

- Eu tenho uma parcela de culpa nisso, eu deveria ter entendido os primeiros sinais do seu desconforto.- Wagner levantou o próprio rosto, em busca dos meus olhos.

- Você não tem bola de cristal, Wagner. Eu deveria ter falado o que estava sentido ao invés de dar ouvidos a outras pessoas.

- Outras pessoas?

- É...mas já passou, não é?

- Claro que passou, eu não iria ficar chateado com você por isso. Porém, você deixou minha cabeça fritando ontem a tarde inteira.

Um riso fraco escapou de meus lábios com a revelação. - Desculpa...mas eu tava morrendo de saudades de você também.

- Mesmo?

- Mesmo.- Meu tom era amoroso, meigo e cheio de afeto. Nós começamos a trocar selinhos demorados entre um intervalo e outro, apenas aproveitando aquela preguiça matinal. - Você não tinha que estar acertando as coisas pra gravação do filme?

- Já tá me expulsando, é?

- Não, claro que não.- Minhas mãos buscaram seus fios de cabelos, acariciando a parte de trás. - Eu só fiquei preocupada, só isso.

- Que tal a gente esquecer esse povo?- Wagner sugeriu de forma preguiçosa, colocando o próprio corpo por cima do meu. - E focar apenas aqui, só nós dois.

Meu bem, você me dá água na boca
Vestindo fantasias, tirando a roupa
Molhada de suor de tanto a gente se beijar
De tanto imaginar loucuras

- Não parece uma má ideia.- Minhas mãos que estavam em seus fios de cabelos agora percorriam suas costas, sentindo cada detalhe de sua pele entre os dedos. Minha respiração falhou de leve ao sentir seus lábios em meu pescoço, beijando minha pele como se fosse de porcelana.

"𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐄𝐒𝐓𝐀́ 𝐍𝐀 𝐒𝐔𝐀 𝐏𝐎𝐑𝐓𝐀." - 𝑊𝑎𝑔𝑛𝑒𝑟 𝑀𝑜𝑢𝑟𝑎.Onde histórias criam vida. Descubra agora