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— Não me diga que pediu demissão? Alicia Gus... —
Bianca parou de falar ao me ver na sala junto com Paulo - Se vieram discutir a relação aqui irei expulsar os dois.

- Já fizemos isso Bibi.

Ela suspirou aliviada.

— Irei deduzir que estão juntos?

- Talvez.

- Talvez? - o modelo virou rapidamente para mim.

Sorri com a cara de espanto dos dois.

— Aonde está Rosalina?

- No quarto dela.

Andei rapidamente para o quarto da bebê, achando a mesma sobre o tapete com diversos brinquedos espalhados à sua volta.

- Oi pequena.

Rosalina me olhou, seus lindos olhos verdes parecem brilhar ao me ver. Sorri para a bebê.

Sentei-me no chão ao seu lado, Rosalina bateu as mãozinhas em minha coxa.

Ah minha pequena Rosalina, eu queria tanto poder ver seu rostinho, sentir seus dedinhos agarrarem os meus, ouvir seu chorinho durante a noite. Me sentar com você para brincar, e assistir os mesmos desenhos diversas vezes. Neste instante estou na sala vendo "patrulha canina" enquanto te imagino deitada no meu colo.

— Você quer brincar?

Ajudei Rosalina a sentar no meu colo. Peguei um ursinho inteiramente babado, entregando o mesmo para ela, que por sua vez colocou na boca.

- Deveríamos sair. — olhei para a porta, Paulo e Bibi estavam parados na mesma. Ambos mantinham um sorriso no rosto.

- Sem chance Paulo.

- Vamos coração, uma hora apenas.

- Ela precisa tomar sol Ally.

- Não.

- Deixe de ser chata coração.

- Paulo não, eu só quero ficar um tempo com ela.

- Ficaremos um tempo com ela no parque.

- Não.

Rosalina olhava para nós sem entender o que estava acontecendo ali.

- Ficaremos em casa hoje, ok?

O modelo cruzou os braços, Bibi riu.

Queria entrar no apartamento e me deparar com seus brinquedos espalhados pelo chão da sala. Pedir pizza em uma sexta a noite e te ver dar os primeiros passos.

Bianca se sentou no chão do outro lado do quarto, Paulo seguiu seu exemplo. Rosalina se alegrou em meu colo ao ver todos no seu alcance, soltou o ursinho que segurava e com um pouco de dificuldade passou a caminhar até Paulo. O modelo ajudou Rosalina a ficar de pé, a bebê gargalhou de felicidade, nos fazendo rir.

Peguei um cesto cheio de bolinhas, levando o mesmo até o modelo e Rosalina. A bebê se sentou rapidamente, pegando uma das bolinhas com suas mãos gordinhas e completamente babadas. Rosa jogou a bolinha em Paulo, que olhou indignado para ela.

- Rosalina não pode tacar as coisas no tio. — a bebê resmunga algo indecifrável para nós, pegou outra bolinha e arremessou em Paulo novamente - É assim que você está educando nossa sobrinha?

-Sim.

— Está sendo uma péssima mãe Alicia.

— Você é em partes tio dela, pode muito bem corrigi-lá.

— Rosalina você não pode jogar bolinhas no titio, faz dodói. — a mais nova encarou-o por um curto tempo, fez um enorme bico e chorou - Coração, o que eu faço?

- Se vira Paulo, fez ela chorar, agora faça ela parar.

Paulo pegou Rosalina no colo, se levantou com a menina. Aninhou ela em seus braços, balançando lentamente.

- Vamos bebê não chore. - prendi a risada - O tio não queria brigar com você, mas é errado jogar coisas nas pessoas lili. - aos poucos Rosalina começou a se acalmar, grudou na blusa social do modelo.

- Ela dormiu. - Paulo sussurrou minutos depois.

Levantei-me do chão junto com Bibi, ela passou a organizar os brinquedos espalhados pelo chão, enquanto eu arrumava o berço. O rapaz colocou Rosalina em seu berco, juntamente com o ursinho babado da menina. Saímos do quarto minutos depois.

— Bibi pode ir se quiser.

- Tem certeza? Posso ficar até as cinco, sem problema nenhum.

- Tenho, pode ir.

- Eu irei ajudar ela.

- Pensando bem Bibi, fica até mais tarde? — ela riu.

- Não coloquem fogo na casa, e nem prenda a criança por mau comportamento gostosão.

- Tentarei.

- Ate amanhã Ally.

— Até Bibi.

Queria tanto vê-la deixar sua tia doida. Nossa casa já não será a mesma, cada cômodo terá uma coisa sua. Eu queria tanto poder ter o prazer de ver isso.

— O que faz quando ela dorme?

— Tudo o que eu não faço quando ela está acordada.

— Tipo...?

- Tomar banho.

Paulo riu, parando pouco tempo depois ao perceber que eu falava sério.

— Sério?

— Você tem tanto para aprender, meu pequeno gafanhoto.

- Pequeno gafanhoto? Sério, coração?

- É um bom apelido.

- Qual a definição de bom para você?

Revirei os olhos. Retirei os sapatos, deixando-os largados perto da porta. Me joguei no sofá.

— O que vamos assistir.

- Vai ficar?

- Sim.

- Ah.

— Quer que eu vá?

- Não, só pensei que tivesse compromissos.

- Desmarquei antes de te encontrar.

- Hm.

— Ainda não me respondeu, o que vamos assistir?

- Pode escolher se quiser.

Paulo se sentou na ponta do sofá, me permitindo deitar a cabeça sobre sua perna.

— Que tal um filme?

- O controle é seu no momento, você decide.

- Certo, o que acha de "a morte de tá parabéns"?

- Pode ser Paulo.

Me ajeitei ainda mais no sofá. Paulo passou a fazer cafuné em meu cabelo, aquilo era o paraíso.

De repente mãe - PAULICIA Onde histórias criam vida. Descubra agora