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— Aonde você estava? — a voz de Paulo chega aos meus ouvidos assim que piso no apartamento.

Valeria,Jaime e Bianca me olhavam preocupados.
Suspirei cansada, Paulo não seria Paulo se não fizesse tempestade em copo de água. Desviei de todos, seguindo até Rosalina que se encontrava sentada no chão. Beijei o topo de sua cabeça.

— Oi pequena. - sorri sentando ao seu lado - Como foi o seu dia?

Rosalina resmungou algumas coisas que eu era incapaz de entender, mas sorri mesmo assim, ouvi-la me fazia bem.

— Ally onde esteve? - Jaime perguntou tomando o lugar ao meu lado - Estamos te ligando a horas.

- Eu precisava caminhar um pouco, apenas isso. — sorri tocando seu ombro - Eu estou bem podem ir se quiser.

- Tem certeza Ally? Posso mudar meu plantão está noite.

- Eu estou bem, podem ir.

Observei os irmãos Ferreira se olharem, decidindo se era uma boa ideia me deixar sozinha, no fim, ambos cederam. Bianca também foi, precisava descansar.
Restou apenas Paulo, que se manteve na divisa da cozinha com a sala.

- Só me garanta que não fez nada que te leve para cadeia.

— Por que eu faria isso?

- Conversei com o Cavalieri, ele me contou sobre Ethan Carter.

- Aquele cara é insuportável, mas eu não faria nada que pudesse me prejudicar, tenho uma filha para cuidar.

- Não está preocupada por ele tentar pegar Rosalina de você?

- Não. Tenho um testamento a meu favor, e se não for suficiente ele pode fazer um teste de DNA. Ethan não é o pai de Rosalina, não tem motivos para querer ela.

- Aonde esteve coração? Eu fiquei preocupado.

- Cemitério.

— Maria ou Daniel?

- Daniel, desde que Rosalina nasceu eu estava evitando de ir vê-lo. - suspirei, era a primeira vez que compartilhava aquilo com alguém vivo - Sinto que falhei com ele, que o decepcionei.

— Por que?

Paulo se sentou do outro lado de Rosalina, ajudando a bebê a encaixar as pedrinhas no lugar certo. Observei-os por alguns instantes antes de prosseguir.

- Majo morreu Paulo, significa que falhei em protejê-la.

- Não poderia evitar isso, você sabe coração.

- Se não fosse por mim, Majo nunca saberia do banco de Sêmen, e não teria aberto mão da própria vida.

— Se eu fosse Rosalina, me sentiria ofendido agora, coração tira isso da sua cabeça, o que tinha que acontecer já aconteceu. - sorriu - Apenas esqueça os
"e se", não são mais importantes agora. Daniel e Maria morreram, eu sei, é triste e faz uma falta danada, mas temos que continuar com o legado que eles nos deixaram, cuidar de Rosalina e tentar o máximo possível para não falhar com ela também.

Estiquei minha mão para poder acariciar o rosto dele.
Sorrimos um para o outro, estava feliz em tê-lo de volta.

— Você precisa de umas férias, ou melhor, nós precisamos de férias.

— Precisamos?

- Sim, precisamos.

Olhei-o buscando algum indício de brincadeira, mas não encontrei nada, Paulo estava falando sério sobre aquilo. Ajudei a Rosalina a pegar o mordedor sobre o sofá, e aproveitei para pegá-la no colo.

— E para onde iríamos?

- Não sei. - mordeu o lábio inferior - Que tal praia?

— Praia?

- Sim, acha a ideia ruim?

- Talvez, temos Rosalina agora Paulo, precisamos achar coisas próprias para ela.

- Certo... Então iremos para a casa no campo. — sorriu abertamente, me causando arrepios, eu conhecia aquela casa, conhecia muito bem por sinal. - O que você acha?

- Muito grande para nós três.

- Eu não acho.

— Você nunca acha.

— Ok coração, de alguma sugestão então.

-Aqui.

- Aqui? — apontou para chão embaixo de si.

- Sim, qual o problema?

- Queremos relaxar coração, esquecer tudo a nossa volta por ao menos uma semana, não podemos fazer isso aqui.

- Claro que podemos Paulo.

— Vamos lá coração.

- Uma semana é muito Paulo, tenho que terminar a nova coleção ainda esse mês.

— Certo, um final de semana então?

— Você não vai desistir da ideia até eu aceitar, não é.

- Você me conhece tão bem.

- Um final de semana, e nada de praia ou tirolesa.

- Como quiser coração, será um ótimo final de semana.

- Mas ainda não estamos no final de semana, ou seja, o jantar é por sua conta.

- Pensei que me quisesse fora da cozinha.

- Aparentemente eu estou com fome e cansada, então aceito qualquer coisa.

- Espero que seu apartamento tenha seguro.

- PAULO GUERRA - gritei ao vê-lo ir para cozinha - Vamos Rosalina precisamos de um banho antes que os bombeiros cheguem para reparar os danos que seu tio irá fazer aqui.

De repente mãe - PAULICIA Onde histórias criam vida. Descubra agora