De repente mãe - PAULICIA

41

- Não! Eu falei para não colocar aí. - Priscila gritou, me fazendo encolher os ombros.

Estávamos na casa de campo dos Guerra, para comemorar o primeiro aniversário de Rosalina. Minha mãe estava decorando o lugar com ajuda de meu pai, no entanto, nada parecia estar no lugar que ela queria.
Suspirei, me afastando do casal.

Me mantive afastada de todas ali presente, apenas para observá-los. Os irmãos Ferreira arrumavam a mesa com as comidas, Jorge enchia os balões, meus pais decoravam o local juntamente com Bibi e seu namorado, koki, que é muito simpático por sinal, enquanto Paulo corria com Rosalina. Sofia e Alex estavam em um canto mais afastado, a modelo estava com Jacob no colo.

Em um ano minha vida mudou completamente, eu havia perdido meus dois melhores amigos e ganhado um bebê para criar. Em compensação, a vida me devolveu meus pais e Paulo, me apresentou Sofia e Bianca, e eu não poderia estar mais feliz.

A loja online estava funcionando corretamente alguns dias e já estava sendo um sucesso, claro que graças a ajuda de Sofia e Paulo, porém gostaria de ficar com um pouco de crédito. Eu estava feliz por estar fazendo algo meu e ainda acompanhar o crescimento de Rosalina, ela aprende algo novo todo dia e era fantástico. Minha relação com Paulo estava ótima, conseguimos nos entender ao longo desta semana, as brigas quase não existiam e os seus horários estavam muito melhores.

- Sua mãe está pirando. - Jorge diz, se aproximando de mim. Alguns fios de seu cabelo estão grudadas em sua testa graças ao suor.

— É, ela está.

Jorge suspirou, se mantendo ao meu lado. Não nos falávamos desde que eu expulsei de minha antiga sala na G&G's, nos evitamos ao máximo. Felizmente, Ethan não tentou pegar a guarda de Rosalina, o que foi um grande alívio para mim, não estava nada contente em ter outro processo em andamento.

- Desculpa, eu não deveria ter insinuado coisas. - suspirei - O trabalho estava me matando, sei que isso não justifica nada, eu só... Desculpa.

- Tudo bem Jorge, vamos apenas aproveitar a festa.

O rapaz sorriu ao meu lado, passando a observar as pessoas ao nosso redor como eu fazia minutos antes.
Priscila agora estava sentada junto com Sofia, ambas pareciam conversar animadamente. Alex assumiu o posto de minha mãe, decorando todo o lugar rapidamente e de um jeito bonito.

- Ma-ma. - Rosalina gritou, correndo até mim com Paulo atrás dela.

- Oi meu amor.

Me abaixei para pegar lá no colo, seus fios loiros grudavam em sua testa por conta do suor, a roupa completamente suja de terra. Olhei para Paulo, que mantinha um belo sorriso no rosto. De repente o silêncio tomou conta do jardim, olhei para todos, meus pais sorriam abertamente. Virei-me para trás, entendendo o motivo da surpresa de todos. Os avós de Rosalina estavam ali.

- Recebemos o convite, e... - Clara Medsen perdeu a fala, mesmo distante conseguia ver seus olhos marejados.

— Ela é linda. — Elisa Zapata se pronunciou, puxando seu marido junto a si para próximos de nós - Eu posso... - seus braços se estenderam.

- Claro. - sorri - Vai com a vovó Rosalina.

A bebê sorriu, se jogando para o colo de sua avó paterna. O casal a minha frente, mantinham um belo sorriso no rosto, ambos brincavam com Rosalina, arrancando sorrisos da mais nova. Os Medsen não demoraram a se juntar a eles, Clara ainda parecia nervosa por estar ali.
Sorri ao ver meus pais se aproximarem, junto com Bibi e Koki. Sofia, Alex e Paulo não demoraram para se juntar a nós. Os irmãos Ferreira entraram na casa, levando para fora o bolo de aniversário. E ali, no único lugar não decorado do jardim, nós cantamos parabéns para Rosalina.

- Nós devemos desculpas a você Alicia. - Clara suspirou, recebendo uma leve carícia em seu ombro.

— Não deveríamos ter deixado você sozinha com Rosalina, apesar que você fez um ótimo trabalho. -
Elisa completou a frase de Clara.

- Vocês enrolam demais. - o pai de Majo disse, me fazendo segurar a risada, Maria havia a quem puxar - Queremos pedir desculpa a você, fizemos errado em deixá-la criar Rosalina sozinha, esquecemos que você também perdeu alguém importante e que deveria estar devastada, no entanto, queríamos saber se podemos voltar para a vida de Rosalina, claro, se você permitir.

- Entenderemos caso não queira que ela tenha contato conosco realmente fizemos errado em abandoná-las. - Marco Zapata completou.

Olhei-os, eu estava congelado naquele momento.
Obviamente eu não os proibiria de ver Rosalina, porém, nunca pensei que fossem pedir isso para mim, céus, eles eram a família dela. Abri um belo sorriso.

- Será um prazer tê-los na vida dela novamente. - os mais velhos sorriram, Clara me abraçou fortemente - Vou trocar Rosalina para podermos tirar fotos, fiquem à vontade.

- Nós podemos... - Elisa mordeu o lábio inferior -
Nós podemos fazer isso?

Me surpreendi com sua pergunta, no entanto controlei minha reação. Eles realmente queriam fazer parte da vida de Rosalina, e aquilo era maravilhoso.

- Claro. - sorri - Minha mãe pode mostrar aonde está as coisas dela.

Instantes depois Clara e Elisa sumiram para dentro da casa junto a Priscila e Rosalina. Observei as pessoas em volta novamente, cada um deles era especial para minha vida e seria para Rosalina também.

— Você está bem? — a voz de Paulo em meu ouvido fez meu corpo arrepiar.

- Sim, eu estou. - sorri.

- Cadê a Rosalina?

— Está lá dentro com as avós dela.

- Avós? No plural?

- Sim. - sorri - Eles querem fazer parte da vida dela.

- Não tem medo de quê eles queiram a guarda?

- Não, eles não fariam algo assim, nós os conhecemos
Paulo.

- Tem razão coração. - soltou o ar em meu pescoço, me fazendo suspirar - O que acha de nós aproveitarmos desse momento livre?

- Acho uma ideia fantástica meu pequeno gafanhoto.

Paulo riu, entrelaçando nossas mãos e nos guiando para dentro da enorme casa. Antes de irmos para um dos diversas quartos que ali existiam, observei as mulheres brincar com Rosalina. Sofia e Bibi haviam se juntado a elas. Era uma cena bela, e que eu não me importaria de rever milhares de vezes. Naquele momento não me senti triste por não ter Maria Joaquina e Daniel junto a nós, não os ter era ruim, no entanto, havia pessoas incríveis ao nosso lado e que sem sombra de dúvidas me ajudariam a criar Rosalina da melhor maneira possível.

FIM