Era uma vez, em uma vila camponesa cercada por colinas verdes, vivia um garoto chamado Hongjoong. Desde seu nascimento, ele possuía olhos vermelhos que brilhavam como rubis sob a luz do sol.
Esses olhos, considerados uma marca de bruxaria pela supersticiosa vila, fizeram com que Hongjoong fosse mantido em segredo, longe dos olhares curiosos e temerosos dos moradores. Por causa de seus olhos diferentes, Hongjoong era impedido de sair de sua casa. Ele passava os dias observando a vida na vila através da janela, ansiando por explorar o mundo lá fora.
No entanto, seu dom misterioso o mantinha recluso, sempre que sentia raiva ou ódio, qualquer coisa que seus olhos fixassem se transformava em pedra. Apesar de sua condição única e isolamento forçado, Hongjoong era um jovem gentil e sonhador.
Ele encontrava consolo na natureza ao redor de sua casa, onde pássaros cantavam suavemente e o vento sussurrava segredos antigos. Nas noites estreladas, ele olhava para o céu e imaginava as aventuras que aguardavam além das fronteiras de sua pequena moradia. Um dia, durante uma noite de lua cheia, um estranho bateu à porta da casa de Hongjoong.
Era uma mulher idosa com cabelos prateados e olhos sábios que brilhavam com compaixão. Ela revelou a Hongjoong que também possuía um dom especial e entendia a solidão que ele enfrentava. A mulher contou a Hongjoong sobre um lugar distante onde seres únicos como ele eram aceitos e amados.
Era um refúgio para aqueles com habilidades extraordinárias, onde poderiam viver livremente sem o medo do julgamento ou da rejeição da sociedade convencional.
A mãe de Hongjoong, com medo das consequências do dom de Hongjoong, reagiu com medo e desconfiança a presença da idosa e as palavras que ela compartilhava com seu filho. Ela acreditava que manter Hongjoong isolado e longe de olhares curiosos era a única maneira de protegê-lo da perseguição da vila.
Enquanto a mãe repreendia as atitudes de Hongjoong e o alertava para não sair de casa, o jovem se dividia entre o desejo de sair para ver o mundo lá fora e o dever de acalmar os medos de sua mãe. Ele se perguntava: Seguir seu instinto de descoberta ou permanecer na segurança de sua casa.
A presença da idosa deixou uma curiosidade e esperança no coração de Hongjoong, que agora se via com escolhas. Ele queria um sentimento por liberdade e aceitação, mas também queria a proteção e o amor de sua mãe.
Enquanto a noite seguia, os arrepiares do vento pareciam sussurrar em seu ouvido, ajudando-o a encontrar seu próprio caminho em meio às vozes discordantes ao seu redor.
Quando seus pais plantavam, Hongjoong deu início a uma fuga. Enquanto ele corria para fora de casa, o vento planava em seus ouvidos, lhe arrepiando, desafiando-o a encontrar seu destino.
Hongjoong ao correr longas horas até o palácio, deparou-se com o príncipe Seonghwa, um rapaz reservado e quieto. Apesar do susto inicial, o príncipe logo se aproximou de Hongjoong, curioso sobre a vida do jovem.
- "Ahn? Mhm... Por que o moço utiliza esta coberta de olhos? Não há sentido algum nisto, moço."
- "Eu prefiro não dizer sobre isto, sr. Seonghwa."
Quando os dois jovens começaram a conversar, descobriram que compartilhavam sonhos semelhantes. Hongjoong revelou seu desejo por liberdade e aventura, enquanto Seonghwa compartilhou sua inquietação com as expectativas da realeza e a falta de liberdade em sua própria vida.
- "Então, Hongjoong, que tal explorarmos o jardim real hoje? Vou te guiar pelos caminhos e te descrever cada detalhe, para que você possa sentir a beleza ao seu redor."
- "Isso seria maravilhoso, Seonghwa. Agradeço sua gentileza em me ajudar a conhecer esses lugares." - Hongjoong dizia com um sorriso confortante em seu rosto.
Enquanto caminhavam pelos jardins do Palácio real, Seonghwa descrevia as cores e aromas das flores, os sons dos pássaros e a brisa suave que arrepiava suas peles. Hongjoong, mesmo fingindo ser cego, absorvia cada palavra de Seonghwa com admiração.
- "Você parece realmente apreciar esses detalhes, Hongjoong. É como se enxergasse com o coração." - Dizia rindo.
- "Suas palavras me tocam, Seonghwa. Nunca imaginei que poderia experimentar tamanha beleza através das suas descrições. Obrigado por me mostrar um mundo tão rico e vibrante."
Assim, entre toques e falas cuidadosas, a amizade entre Hongjoong e Seonghwa florescia em meio a segredos, unindo dois jovens em segredo.
Porém, enquanto conversavam, foram surpreendidos com os pais de Seonghwa no local, ameaçando-lhe e mandando os guardas reais mandarem Hongjoong para a guilhotina.
Seonghwa, com a voz firme: - "Parem! Hongjoong é meu amigo, não representa perigo algum. Por favor, deixem-no em paz."
Os pais de Seonghwa, visivelmente perturbados, olhavam desconfiados para Hongjoong, enquanto os guardas mantinham uma postura rígida.
- "Eu entendo que minha presença aqui possa ser mal interpretada, mas eu juro que não tenho más intenções. Seonghwa me acolheu e me mostrou o palácio, apenas queria agradecer..."
Seonghwa, interrompendo: - "É verdade. Hongjoong é um amigo especial que conheci nos jardins reais. Ele não é uma ameaça, apenas um jovem inofensivo."
Os pais de Seonghwa trocaram olhares de dúvida, mas diante da sinceridade nos olhos de seu filho e das palavras de Hongjoong, decidiram baixar a guarda.
- "Se você diz que ele é seu amigo, confiamos em seu julgamento, Seonghwa. Mas seja cuidadoso com quem confia." - O pai de Seonghwa respondeu suspirando com tranquilidade e alívio.
A tensão no ar se acalmou lentamente, dando lugar a um momento frágil entre as partes. Enquanto os guardas se retiravam e os pais de Seonghwa se afastavam com expressões cautelosas, Seonghwa e Hongjoong permaneciam lado a lado.
- "É incrível como o pôr do sol pode nos trazer tanta paz, não acha, Hongjoong?"
- "Seonghwa, eu sou cego! Mas é como se todas as preocupações do dia desaparecessem."
- "Ah é... mas as vezes, a vida nos coloca em situações inesperadas, mas é nessas pequenas pausas, como essa vista magnífica, que encontramos um refúgio para nossos corações."
"Obrigado por me mostrar esse refúgio, Seonghwa. Sinto que encontrei um lar com você."
"Você sempre terá um lugar ao meu lado, Hongjoong."
Enquanto o sol ia e as estrelas começavam a pontilhar o céu escuro, Hongjoong e Seonghwa permaneciam ali, até uma das empregadas chegar e dizer que os pais de Seonghwa haviam mandado um quarto para Hongjoong, que sorriu animado.
Hongjoong, encarando seu reflexo no espelho com uma mistura de curiosidade, mas também medo. Estava pasmo ao ver a cor extremamente vermelha que planava em seu olhar.
- "O que está acontecendo comigo? Por que meus olhos estão vermelhos assim? Eles já eram assim, mas nunca tão radiantes..."
A voz de Seonghwa ecoava em sua mente. "Às vezes, a escuridão que carregamos dentro de nós se reflete em nossos olhos, Hongjoong. É importante enfrentar nossos medos e angústias, em vez de tentar escondê-los."
Hongjoong, suspirando profundamente e olhando para seus olhos cansados, se sentou.
- "Será que tenho medo de encarar a verdade sobre mim mesmo? Será que estou me perdendo em um labirinto de emoções que eu mesmo fiz?"
Enquanto o silêncio da noite envolvia o quarto, seus pensamentos tumultuados o acompanhavam até nos sonhos. Imagens preenchiam em sua mente, refletindo os pesadelos e temores que ele tentava ignorar.
Em seu sono agitado, uma voz suave ecoava em sua cabeça.
💭 - "Encare suas sombras, Hongjoong. Somente ao enfrentar a escuridão interior, você encontrará a verdadeira luz."
Enquanto a madrugada avançava e o sono de Hongjoong se tornava mais tranquilo.
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Aqueles Olhos.
FanfictionHongjoong, um jovem em busca de libertação. Foge de casa pois não tem liberdade por conta de seus olhos avermelhados como rubis brilhantes que escondiam sua magia. Em sua fuga, acaba cruzando o caminho do reservado príncipe Seonghwa no palacio real...