Aqueles Olhos - Onde você está?

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Hongjoong soltou suavemente o filhote de gato e se levantou da cama, deixando o quarto de Yeosang para trás. Ele caminhou até o sótão, onde seu próprio refúgio pessoal se encontrava. Enquanto isso, Seonghwa estava em um turbilhão de emoções, debatendo-se entre o ódio por Hongjoong e a incapacidade de esquecê-lo.

- "Eu te odeio, Hongjoong! Com todas as minhas forças, macumbeiro enviado do inferno..."

Ao chegar ao sótão, Hongjoong trancou a passagem, isolando-se do mundo. Ele se jogou na cama, cobrindo-se e afundando o rosto no travesseiro. Lágrimas desesperadas escapavam de seus olhos enquanto murmurava entre soluços abafados.

- "Eu só queria meu amigo comigo, Yeosang..."

Hongjoong estava imerso em um turbilhão de sentimentos, rolando de um lado para o outro na cama, sentindo intensamente a falta de seu amigo, a única pessoa que realmente apreciava e em quem confiava cegamente. Cada movimento era uma tentativa desajeitada de preencher o vazio deixado pela ausência de Yeosang.

Enquanto suas lágrimas ainda molhavam suas bochechas, Hongjoong ouviu a porta ranger suavemente ao se abrir. Ele rapidamente enxugou os olhos e se sentou na cama, surpreso ao ver Seonghwa adentrando o quarto. Seonghwa se aproximou e sentou-se ao lado de Hongjoong, quebrando o silêncio.

- "Eu te odeio, Hongjoong. Mas não consigo tirar você da minha cabeça."

As palavras de Seonghwa ecoaram no quarto, carregadas de uma intensidade emocional palpável. Era como se houvesse uma batalha interna acontecendo dentro de Seonghwa, lutando contra seus próprios sentimentos contraditórios em relação a Hongjoong.

- "Por favor, Seonghwa, eu não quero mais te ver nunca mais, eu só estou aqui pelo Yeosang, ele me salvou, enquanto você me jogou na rua na primeira vista com meus olhos."

Seonghwa, ao ouvir as palavras de Hongjoong, sentiu-se atingido em cheio. Sem conseguir encarar o rapaz, virou-se de costas e saiu do sótão em silêncio.

O tempo em que caminhava pelos corredores vazios do palácio, as lágrimas teimavam em escapar de seus olhos e uma sensação de ódio o envolvia. Cada passo parecia ecoar a dor que Seonghwa tentava conter dentro de si.

Foi então que Seonghwa se deparou com seu pai, cujo olhar sério denotava um sentimento de preocupação.

- "Vou fazer de tudo para tirar Hongjoong do palácio, filho."

As palavras de seu pai ressoaram no ar, carregadas de uma promessa firme e inabalável.

Seonghwa, ainda atordoado pelas palavras de seu pai, apenas assentiu em concordância antes de se afastar em direção ao seu quarto. Com passos pesados, ele adentrou o aposento e, com uma expressão triste, pegou uma carta escrita com tinta de frutas. Sem hesitar, rasgou-a em pedaços e depositou os fragmentos na lareira, acendendo o fogo até que a carta se transformasse em cinzas.

Enquanto as chamas estavam diante de seus olhos, Seonghwa sentia um sentimento de alívio, mas também um de pesar consumirem seu coração. Cada faísca parecia carregar consigo uma parte das emoções que o perturbavam.

Horas se passaram em silêncio até que Yeosang adentrou o palácio com suas pernas enfaixadas. Sem demora, dirigiu-se ao quarto de Hongjoong e sentou-se ao seu lado. Com a voz tranquila, Yeosang começou a relatar:

- "Joong! Minha mãe mandou detetives irem em busca do motivo dos caçadores nos atacarem!"

- "E eles já tem pista de quem é?"

- "Acharam um retalho de camisa no rio, vão mandar os cães farejadores encontrarem."

- "Cães farejadores? Iguais os de histórias?"

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