Aqueles Olhos - Volte para casa.

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[Na antiga casa de Hongjoong...]

A mãe de Hongjoong estava visivelmente abalada, mergulhada em uma tristeza e saudade profunda. Seu semblante antes radiante agora se via obscurecido por lágrimas constantes, incapaz de encontrar consolo na ausência do filho amado. Seu coração materno clamava pela presença de Hongjoong, ansiando por seu retorno para acabar com a dor que a consumia.

O pai de Hongjoong, ao cansar com a angústia insuportável de sua esposa, decidiu agir. Com determinação firme, ele ajudou-a a se erguer da cama e organizou uma carroça para empreenderem juntos a busca por seu filho perdido. Embarcaram na carroça, impulsionados pela esperança e pelo desejo inabalável de reunir a família mais uma vez.

- "Vamos encontrá-lo, minha querida." - Disse o pai de Hongjoong com voz firme, enquanto o veículo se punha em movimento, cortando o caminho em busca do paradeiro do jovem rapaz.

[De volta ao palácio...]

Yeosang havia passado a noite no quarto de seu irmão Seonghwa, incapaz de suportar a solidão que o envolvia quando se via sozinho. A presença de Seonghwa ao seu lado trouxe um breve alívio para sua dor.

Na manhã seguinte, Seonghwa, ciente da necessidade de consolar seu irmão à tristeza que o consumia, decidiu agir. Com cuidado, ele preparou uma bandeja repleta das comidas favoritas de Yeosang e a colocou com carinho em uma cabeceira próxima à cama.

Yeosang, ao despertar e deparar-se com a gentileza de Seonghwa, ergueu o olhar, seus olhos refletiam tristeza. Com uma voz trêmula, ele murmurou

- "Seonghwa, só irei comer se Hongjoong voltar para o palácio. Somente a presença dele pode preencher esse vazio que sinto em meu peito."

A esperança por reencontrar seu amigo e a saudade latente eram os fios invisíveis que teciam a trama de sua alma inquieta.

Seonghwa olhou para Yeosang com uma expressão séria.

- "Yeosang, você precisa se alimentar. Se não o fizer, quem desaparecerá da terra será você mesmo."

Disse ele com firmeza, tentando fazer seu irmão compreender a importância de cuidar de si mesmo mesmo em meio à dor.

Com um suspiro pesado, Seonghwa prosseguiu, suas palavras carregadas de uma verdade dolorosa que ele sentia necessário compartilhar.

- "E quanto a Hongjoong... Ele não é o que parece. Ele é uma aberração, um ser enviado do inferno para nos atormentar. Seria melhor para todos nós se Hongjoong nunca mais voltasse a este palácio." - Disse ele com uma seriedade que contrastava com a ternura de seus gestos anteriores.

Essas palavras ecoaram no ar, criando uma tensão palpável entre os irmãos. Yeosang encarou Seonghwa, seus olhos refletindo ódio e dor diante das falas chocantes do irmão.

Com um sentimento de raiva e tristeza estampado em seu rosto, Yeosang se ergueu e lançou uma almofada em direção a Seonghwa com toda a força que conseguia reunir.

- "Hongjoong é um amor, Seonghwa! Ele nunca me fez mal. Pelo contrário, ele me salvou inúmeras vezes e fez o que minha própria família nunca teve coragem de fazer!"

Afirmou ele com a voz ainda trêmula pela emoção, defendendo com fervor a pessoa que havia sido seu apoio nos momentos mais difíceis.

Com passos trêmulos, Yeosang começou a se afastar do quarto, sua mancar mostrando a dor física que acompanhava a sua vida emocional. Cada passo ecoava no ambiente.

Seonghwa se ergueu, seu olhar fixo enquanto seguia os passos de Yeosang. Com um movimento rápido, ele alcançou o ombro do irmão e o virou bruscamente, empurrando-o contra a parede com uma força que era insuportável.

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