Capítulo Seis

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Alana on

  No caminho de volta pra casa o ambiente que antes era de provocação, agora está tenso e desconfortável.

- Obrigado por ter me ajudado. - Digo quebrando o silêncio irritante que havia se instalado.

- Não precisa agradecer, era o mínimo. - Dá de ombros.

- Não suporto nem imaginar o que teria acontecido se você não tivesse aparecido. - Suspiro.

- Precisa repensar sobre os caras que você fica, não vou estar sempre por perto.

- Ta querendo me dizer o que mesmo?

- Eu? Nada! Só que acho que deverias ter mais cuidado quando for ficar com qualquer um por aí.

- Só porque você me ajudou, não significa que deve se meter em minha vida.

- Estou apenas alertando, hoje foi quase, amanhã pode ser pior.

- Eu sei me cuidar!

- Não foi o que pareceu hoje. - debocha.

- Cara, você é insuportável. - bufo.

- Você não ajuda muito né, bonita! - pisca.

- O que eu acho e que a gente começou errado. - me dou por vencida.

- Você acha? - pergunta.

- Sim! Olha, foi muito legal da sua parte me ajudar naquela situação talvez eu até considere uma trégua.

- Nossa, ela quer dar uma pausa na guerra recém declarada. - Põe a mão no peito.

- O que você tem contra mim? Não te fiz nada!

- Não fez nada, mas gosto de te ver toda nervosa. - ri

- Ah, jura? - Reviro os olhos.

- Opa! Imaginei besteira agora. - Sorri malicioso.

- Dá uma tempo! No mesmo instante que implica comigo, também flerta.

- Eu tenho dessas. - Continua com o sorrisinho no rosto.

- Já reparou que tua boca tá um pouco fudida?

- É, isso que dá defender mulheres indefesas. - Brinca.

- Engraçado, vou guardar pra rir mês que vem. - Assim que termino minha fala, ele para o carro e noto que já estamos em frente a casa do meu irmão.

- Está entregue chica. (Garota).

- Quer entrar? Pra eu dar um jeito nesse machucado. - Sugiro já imaginando que ele iria rir da minha cara.

- É, pode ser. - Desço do carro e ele desce logo em seguida.
Vou em direção a porta e ele me acompanha, abro a porta sendo seguida por ele que se mantém em silêncio por todo o percurso até o sofá.

- Fica a vontade, vou pegar o kit de emergência lá na cozinha e já volto. - Tiro meu salto, jogo minha bolsa no sofá e ando rápido rumo a cozinha.
Quando volto para a sala tenho visão de um Richard sem camisa e de olhos fechados. Minha nossa senhora da bicicletinha sem freio. Foco!

- Tá calor né?. - Ele diz ainda de olhos fechados.

- É. - Me agacho em sua frente e molho o algodão com soro pra limpar o machucado no canto de sua boca, que por sinal é ainda mais perfeita de perto.
Balanço a cabeça numa tentativa falha de dispensar esses pensamentos.

- Vai arder um pouco agora. - Digo levando o algodão em contato com sua pele.

- Já passei por coisas piores. - pisca.

- Qual a tara de ficar piscando pra mim?

- Gosto de ver tuas bochechas corarem. - Ri.

- Ah, claro! - Reviro os olhos.

- E qual a tara em revirar os olhos pra mim o tempo inteiro? - pergunta.

- É porquê gosto de treinar pra quando estiver transando, sabe. - Ao ouvir minha resposta ele soltou um riso e passou a língua sobre os lábios deixando-os úmidos. Minha atenção foi totalmente atraída para aquela região, um sorriso malicioso brincava em seu rosto, aquele sorriso perfeito.
  Uma mecha de cabelo caiu sobre meu rosto e quando ia tirar, Richard foi mais rápido e logo prendeu a mecha atrás de minha orelha novamente.
  Assim que sua mão entrou em contato com minha pele um arrepio percorreu por todo o meu corpo e seu sorriso se alargou ainda mais ao receber a resposta imediata do meu corpo após seu toque.
  Enquanto eu cuidava do ferimento evitei ao máximo olhar em seus olhos, era a verdadeira perdição. Sua mão continuou parada logo atrás de minha orelha e por um descuido levantei meu rosto para encará-lo, e foi aí que perdi. Ele me encarava com aquele olhar profundo que parecia ser capaz de atravessar todo o meu ser. A mão do mesmo deslizou sobre meu pescoço e parou dando um leve aperto e minha reação foi dar um longo suspiro.
  Ele me puxou mais pra si e quando nossos lábios estavam quase se tocando, ouvimos o barulho da porta batendo e nos afastamos bruscamente, na real não era nada, só o simples fato de eu ter deixado a droga da porta meio aberta e o vento fez questão de fecha-la.

- É...acho que tá tudo certo agora, tá tudo limpinho. - falo catando as coisas do chão e me levantando rápido.

- Eu vou indo então. - Diz se levantando também e vestido sua camisa.

- Tchau. - Digo o levando até a porta.

- Até qualquer dia. - Fala e logo me surpreende com um beijo no canto da boca. Aceno com a cabeça quando vejo que ele já está em seu carro. Entro pra dentro de casa novamente com o cu na mão e coração na boca. Puta merda, foi um quase!


...👀🌪️

El colombiano - Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora