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ᴀɴɴᴀ ᴀʟɪᴄᴇ ꜰᴇʀʀᴇɪʀᴀ 📖 ꜱãᴏ ᴘᴀᴜʟᴏ, ᴄᴀᴘɪᴛᴀʟ

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ᴀɴɴᴀ ᴀʟɪᴄᴇ ꜰᴇʀʀᴇɪʀᴀ
📖 ꜱãᴏ ᴘᴀᴜʟᴏ, ᴄᴀᴘɪᴛᴀʟ

Passo a mão pelas teclas do notebook, o capítulo tá finalizado. Quatro páginas do word completas com palavras que saíram da minha cabeça. Coço os olhos por baixo do óculos de grau e solto o cabelo preso pelo coque. Estralo o pescoço o pendendo pro lado e pego o celular ao lado da cama.

São quase uma da manhã, sei que as meninas estão acordadas ainda. Mas algo me impede de enviar o arquivo, não sei se medo do que vão achar ou acabar incomodando. Sempre fomos assim, sempre que surgia algo novo mandavamos umas pras outras, mesmo que fossem rascunhos sem sentido que nunca sequer entrariam em algum livro.

Mas isso mudou, pelo menos comigo.

Não me levem a mal, eu amo essas meninas mais do que a minha própria vida. Mas isso não me impede de me sentir insegura de mandar algum rascunho de Recompensa, sei que em nenhum momento vão me julgar ou apontar o dedo no meu rosto pra falar que tá uma merda. Mas isso não faz eu me sentir melhor, na verdade é o contrário. Cada rascunho é seguido por vinte mensagens perguntando o que elas acharam e se realmente tá bom.

Não por que eu precise ter meu ego amaciado, não é isso. Mas aqueles dois minutos onde elas surtam com algo que eu escrevi me traz de volta a sensação que eu tinha de escrever e publicar. Aquele frio na barriga que me arrepiava a cada comentário que eu recebia, aquele sorriso besta que demorava horas pra sair do meu rosto.

Essa sensação.

Sempre digo que não quero voltar a publicar e que estou ótima assim. Mas sei que bem aqui no fundinho, a vontade não passou. Ela só aumenta a cada dia, e junto com ela a insegurança. A insegurança daquilo não ser realmente bom, de ser uma ilusão.

Por muito tempo depois da publicação, escrever se tornou um fardo. Eu amava colocar no papel as ideias malucas que eu tinha, um romance nada casual e super sexy com o irmão da melhor amiga, ou um livro super fofo sobre maternidade. Mas todas essas ideias se perderam pela necessidade de serem perfeitas e sem defeitos, tinha que ser incrível e eu precisava me superar cada dia mais. As cobranças aumentaram a medida que minha sede pela escrita diminuía, eram dois pesos completamente desiguais na balança em que eu insistia em deixar igual.

Eu precisava que isso desse certo, se não o que seria de mim? Mais uma coisa que eu teria desistido na minha vida sem nem tentar ou insistir. Eu precisava provar pra mim mesmo e pras outras pessoas de que eu merecia esse talento e de que eu era capaz de fazer dar certo. Mas como? Como colocar tudo isso na prática ao invés de surtar e passar noites chorando afogada e abraçada ao travesseiro? Eu não sei.

𝑬𝑺𝑪𝑹𝑬𝑽𝑨-𝑴𝑬 • 𝑹𝑨𝑷𝑯𝑨𝑬𝑳 𝑽𝑬𝑰𝑮𝑨Onde histórias criam vida. Descubra agora