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45 comentários 🔒ᴀɴɴᴀ ᴀʟɪᴄᴇ
📖 ꜱãᴏ ᴘᴀᴜʟᴏ, ᴄᴀᴘɪᴛᴀʟPasso o espanador de leve em uma prateleira enquanto canto baixo a música que toca na livraria. São quase seis da tarde, e eu estou terminando de arrumar a loja para o fechamento. Maria hoje saiu mais cedo, e eu aproveitei o pouco tempo que fiquei sozinha pra sentar e ficar olhando pro rascunho aberto de Recompensa.
A quem eu tô querendo enganar? Passei duas horas pra escrever vinte palavras, e em menos de dois minutos fiz questão de apagar todas elas.
Então decidi acabar com a minha sessão de tortura diária pelo momento e colocar uma música pra organizar algumas coisas que estavam fora do lugar. A playlist da Taylor Swift ecoa por todos os lugares da livraria, me remexo ao som de New Romantics enquanto passo para a outra prateleira. O cheiro de café é outra coisa que inunda o ambiente, fiz um pouco quando tentei começar a escrever e já estou na minha terceira xícara.
— Baby we're the new romantics — murmuro baixo usando o cabo do espanador como microfone — Come on, come along with me.
Aproveito o movimento fraco da livraria pra aumentar o volume, passo por entre as prateleiras e livros fazendo pequenas dancinhas. Termino de organizar as coisas e volto para trás do balcão, pego mais uma xícara pequena de café — a terceira da tarde e a sexta do dia —, e mudo a música que toca no momento.
— Ui, adoro essa — solto um sorriso quando escuto o toque de Love Story.
Dou um gole em meu café e me sento de novo na frente do notebook, dessa vez desisti de escrever. Abro minha conversa com Bia e clico no rascunho que ela me mandou da nova história, é um daqueles romances picantes que só ela sabe escrever. Daqueles que você precisa cruzar as pernas o mais forte possível e esconder o sorriso de quem está por perto. Uso esse momento para surtar em seu privado, o capítulo me faz suar de leve — não sei se posso colocar a culpa no café ou no texto, mas faço questão de retirar a blusa de frio do meu corpo e aumentar o ar condicionado.
— Caralho — murmuro me abanando com a mão — Ela se superou nesse em.
— Quem se superou? — meu grito é esganiçado e incrivelmente alto.
— PUTA QUE PARIU — me engasgo com o café — TÁ MALUCO, PORRA?
Raphael é rápido quando pega a garrafinha ao lado da mochila e me entrega. Meu rosto atinge um tom mais vermelho do que aqueles vistos em cartelas de cores, meu coração palpita forte e posso jurar que sinto suas batidas por todo meu corpo. Regulo minha respiração aos poucos enquanto bebo a água daquela garrafa, faço questão de não desviar meu olhar de seu rosto nem um só minuto. Estou puta. Isso é notável pela minha cara. Seu riso fraco me faz querer mostrar o dedo, mas desisto por estar com as mãos ainda ocupadas.
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𝑬𝑺𝑪𝑹𝑬𝑽𝑨-𝑴𝑬 • 𝑹𝑨𝑷𝑯𝑨𝑬𝑳 𝑽𝑬𝑰𝑮𝑨
FanficA vida de Anna Alice na escrita sempre foi fácil. Autora aclamada de inúmeros livros de romance, pra ela sempre foi muito fácil se expressar através das palavras. Até se deparar com seu pior desafio, escrever um romance real. Apesar de viver o glam...