𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐀 𝐋𝐔𝐙 𝐄 𝐀 𝐄𝐒𝐂𝐔𝐑𝐈𝐃𝐀̃𝐎

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𝐀 𝐆𝐔𝐄𝐑𝐑𝐀 𝐓𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐂𝐎𝐌𝐄𝐂̧𝐀𝐃𝐎. Cabeças decapitadas e partes importantes do corpo estavam jogados no chão, todos foram mortos de forma bruta e anormal. Gritos pedindo misericórdia e rosnados eram ouvidos, mas nunca atendidos. Entretanto, algo faltava.

Uma garota de pele pálida e olhos assustados , caminhou para trás, observando o garoto em sua frente lhe salvar da morte.
Eles pareciam felizes e contentes, bom por enquanto.

Não muito longe um par de sapatos caminhava pela neve, quase como se flutuasse. O vento soprou revelando uma marca em seu pescoço pálido, uma tatuagem, uma forma clara pintada. Em seus braços quase morto, uma menina, filas de sangue escorria por sua pele agora morta, uma cena linda e trágica como uma pintura renascentista.

Cada gota pintava a neve, marcando por onde passava. Numa velocidade sobre-humana correu contra o tempo, parando após sentir o cheiro podre de carvalho e lama molhada. Jogou quase que delicadamente o corpo da menina, perto de onde todos se encontravam.

Propositalmente chutou uma pedra, chamando atenção para si. Sorriu alargado antes de fugir.

━⁠━⁠━⁠━⁠━⁠━ Emmett! ━ berrou uma voz feminina. O vulto olhou para trás, olhando para o homem quase amedrontador em sua cola, saliva escorria de sua boca, cor de sangue cobria seus olhos em completa fúria . O homem a frente zombou, antes de desaparecer no ar como fumaça.

﹙─── ' : NARRAÇÃO

O instalar da escuridão se fez presente, o ambiente gélido e ensurdecedor me consumia. Eu caía num limbo escuro e apertado, sem saber como havia chegado ali. Algo ou alguém me puxava para baixo, uma força que me arrastava para um abismo desconhecido.

O chão sob meus pés era gosmento como lama, prendendo-me firmemente. O conteúdo viscoso se assemelhava a musgo mastigado, e a sensação de ânsia era constante. Tentei me mover, mas a cada tentativa a luz acima de mim diminuía. Logo, eu estava afundando cada vez mais, o material pegajoso agarrando-se à minha cintura, devorando meu corpo e sufocando-me lentamente.

Em um piscar de olhos, o líquido pegajoso já alcançava meu pescoço. Minha boca permanecia imóvel, como se meu corpo tivesse aceitado seu destino. Era uma maneira dura e angustiante de morrer, entretanto, algo dentro de mim relutava, uma voz interior sussurrava desesperadamente para que eu não desistisse.

Agora, com a substância tampando minha boca, olhei uma última vez para cima. Não havia nada, apenas o vazio. Seria essa a minha verdadeira essência? Vazia, podre e sufocante?

Por algum motivo, eu não conseguia aceitar essa conclusão. Era estranho pensar assim, já que sempre deixei as coisas acontecerem do jeito que tinham que acontecer. Nunca lutei, nunca pedi por misericórdia, apenas aceitava o que me era dado, sem questionar.

Mas por que questionar agora? Por que lutar agora?

Eu chorava, sem pensar, não aceitando mais o sofrimento.
parecia vir de um lugar profundo dentro de mim. Eu não conseguia aceitar o sofrimento, e, pela primeira vez, uma força desconhecida me impulsionava a resistir, a não aceitar o destino cruel que parecia inevitável.

E num piscar de olhos, me levantei da cadeira. Um sorriso brilhante estampava em meu rosto, eu estava orgulhosa, o sentimento era maravilhoso, misturado com felicidade. Aplaudir de pé minha irmã, um sorriso tímido porém contente apareceu em seus lábios . Segurava um papel em sua mão, enquanto apertava sua mão com a outra.

Eu não demorei para pegar minha câmera fotográfica, e registrar o momento. Uma lágrima solta caia pelos olhos de Charlie.
Esse era o momento da formatura, um adeus a escola e todos que um dia Bella chamou de amigos. Um recomeço, uma nova vida. E todos subiam no palco pelo mesmo motivo.

𝐏𝐑𝐄𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐀𝐃𝐎𝐒, Seth clearwater Onde histórias criam vida. Descubra agora