Harry

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A respiração de Harry ficou presa no peito quando ele abriu a porta do quarto para onde trouxeram seu tio Regulus. Ele estava tentando o melhor que podia para controlar suas emoções e parecer forte, mas não conseguiu evitar as grandes lágrimas que rolaram por suas bochechas quando ele se livrou das mãos preocupadas do elfo doméstico e entrou no quarto.

“O Pequeno Mestre não deveria estar aqui. O Pequeno Mestre deveria estar descansando!” Tippy tentou argumentar, mas Harry não se importou. Ele tinha que estar aqui. Ele não podia deixar Regulus sozinho.

“Tio Regulus?” Harry sussurrou, esfregando a manga sobre os olhos, não que isso ajudasse, pois mais lágrimas continuavam a cair. “Tio Regulus…” ele tentou novamente ajoelhando-se ao lado da forma imóvel de seu tio e pegando a mão fria de Regulus na sua. Regulus parecia abatido e pálido, havia suor ao longo de sua testa, enquanto ele estremecia e se contorcia em seu sono, mas, de outra forma, não fazia nenhum som.

“Ele não vai acordar, meu querido... não por enquanto, temo,” uma voz baixa falou de perto e Harry pulou de susto, sem ter pensado em procurar por mais ninguém no quarto. Todos, exceto Draco, tinham sido levados para o Ministério e seu primo estava dormindo ao lado dele quando Harry acordou.

O Lorde das Trevas sentou-se em uma cadeira próxima, a lareira emitindo um brilho suave que o iluminava no cômodo escuro. O homem ainda estava em suas vestes elegantes do baile, o que disse a Harry que ele estava lá o tempo todo. Harry foi confortado por esse pensamento e sabia que seu tio também seria. Regulus confiava no Lorde das Trevas, e Harry também.

"Você não pode acordá-lo?" Harry perguntou, odiando como sua voz falhou, e sua respiração gaguejou em pequenos soluços, mas ele não conseguia evitar. Ele não era tão forte quanto seu primo, ou tia Bella, ou Sirius, ou seu tio Regulus. Harry era fraco e mole, e ele nunca se sentiu mais inútil e desamparado do que naquele momento. Regulus não merecia isso.

O Lorde das Trevas o estudou, mas Harry não sentiu nenhuma desaprovação em seu olhar... apenas tristeza.

De acordo com todos, esse homem não sentia nada por ninguém, exceto talvez seu filho, e até isso era duvidado por alguns. O verdadeiro nome do Lorde das Trevas por si só inspirava medo e admiração. Raramente era falado. Ele era frio, calculista e sem emoção.

De acordo com todos, esse homem não conseguia sentir amor, mas Harry sabia que não. O Lorde das Trevas era assustador, mas ele também era o pai de Tom. Tom era como seu pai em muitos aspectos, Harry podia ver isso, mas Tom também era engraçado, apaixonado e protetor. Harry imaginou que o Lorde das Trevas poderia ser o mesmo. Tom sempre falava com carinho de seu pai.

Harry não temia esse Lorde das Trevas, e atualmente, o homem estava olhando para seu tio com algo como remorso em seus olhos. “Isso só faria mais mal do que bem. Essa maldição deve seguir seu curso.”

Harry tremeu quando se virou para Regulus. O Lorde das Trevas era o homem mais poderoso de toda a Europa. Se ele disse que não havia nada que pudessem fazer, então devia ser verdade. Harry estendeu a mão para tocar o rosto angustiado do tio antes de colocar a palma da mão sobre o coração acelerado de Regulus.

Seu tio poderia estar descansando ali com os olhos fechados e seu corpo praticamente imóvel, mas Regulus estava tudo menos dormindo. Uma carranca profunda marcava seu rosto bonito. Suas pálpebras tremeram enquanto seus olhos se moviam atrás delas. Seus membros se contraíram e seus dentes cerraram.

Harry sentiu um soluço escapar enquanto seu coração se enchia de desespero e sua magia pulsava com a necessidade de fazer algo. "Posso - posso pegar de volta?"

Uma magia negra calmante o envolveu e o afastou de Regulus gentilmente. “Temo que não posso deixar você fazer isso, querido. Seu tio e meu filho nunca me perdoariam, e eu não desejo ver você quebrada. Seu tio é o homem mais forte que eu conheço, e ele te ama mais do que tudo. Ele vai superar isso.”

Harry abaixou a cabeça em derrota e começou a chorar ainda mais, deixando toda a tristeza e sofrimento que sentia sair até que não conseguiu fazer nada além de cair exausto.

A mesma magia negra continuou envolvendo-o como um abraço, reconfortante da mesma forma que Tom se sentia, e então o levantou mais uma vez para deitá-lo gentilmente na cama ao lado de Regulus. "Durma agora, criança, eu ficarei aqui..." Harry se enrolou contra seu tio e agarrou-se à camisa de Regulus. A magia se expandiu para envolver Regulus também e Harry adormeceu sentindo-se seguro.

Endangered Thing [Tradução]Onde histórias criam vida. Descubra agora