Legítimos

2.7K 422 159
                                    

Os passos de Astoria ecoavam apressados pelos corredores do castelo enquanto se aproximava do gabinete pessoal de Lorde Corlys

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Os passos de Astoria ecoavam apressados pelos corredores do castelo enquanto se aproximava do gabinete pessoal de Lorde Corlys. Mesmo sendo uma criança, seu coração batia acelerado pela ansiedade. Respirou fundo, tentando acalmar-se. Arrumou os cabelos desajeitados pela corrida e alisou inutilmente as roupas de treinamento interrompido pelo mensageiro. Saaron, seu irmão, a observou confuso, mas logo retornou ao treino com Sir Urgon, um cavaleiro Velaryon, que parecia mais uma montanha que um homem.

"Entre, Astoria." A voz de Rhaenys soou alta e clara. O cheiro da essência de lírios preencheu o ar, anunciando a presença da menina. Corada, Astoria entrou devagar na sala, deparando-se com a rainha que nunca foi e seu marido. Corlys estava sentado em uma cadeira de madeira robusta, enquanto Rhaenys permanecia em um assento próximo à mesa. Astoria curvou a cabeça em respeito, seus olhos brilhosos revelando uma mistura de nervosismo e curiosidade.

"Vocês queriam me ver, certo?" A menina brincava nervosamente com a pulseira que ganhara de Nyra, sentindo uma pontada de saudade. "Aconteceu algo?"

"Rhaenyra foi envenenada, Astoria." A revelação abrupta de Rhaenys fez a criança recuar, os olhos arregalados em choque.

"Como?" Ela murmurou, perdida.

"Um corvo chegou há pouco com a notícia," disse Corlys com uma calma contrastante à tensão no ar. "A princesa foi envenenada por uma serva. Temem que ela não sobreviva ao veneno. Talvez devêssemos nos preparar para o pior."

Astoria sentiu uma mistura de fúria e desespero crescer dentro de si. Cerrou os punhos, sentindo as unhas perfurarem a pele.

"Ela não vai morrer," rugiu baixinho, a voz firme e determinada, chamando a atenção do casal. "Minha rainha é uma Targaryen, e nós não morremos tão facilmente." As palavras saíam como brasas de uma fornalha, e Rhaenys sorriu brevemente.

"Até mesmo um dragão tem seu ponto fraco, menina," respondeu Rhaenys, cruzando as pernas. "Mas você tem razão, ela não morrerá facilmente."

"Estou indo a Fortaleza Real hoje, Astoria... talvez queira enviar algo a Aegon como apoio," sugeriu Corlys, cruzando as mãos sobre a mesa.

"Uma carta e..." Astoria limpou a garganta, hesitando. "Eu deveria ir vê-la, por favor."

"Não," Rhaenys respondeu categoricamente. "Seria arriscado para todos. Mesmo legitimados e protegidos por nossa casa, ainda chamariam atenção por conta dos olhos."

"Eu posso cobri-los e não chamarei atenções indesejadas," insistiu Astoria.

"Eu disse não, Astoria Velaryon," a princesa a olhou seriamente.

"Como quiser, minha senhora," disse entre dentes. "Irei me retirar para providenciar a carta e contar ao meu irmão."

"Laena já voltou... peça ajuda a ela," disse Corlys.

"Sim," Astoria se curvou novamente e, ao agarrar a maçaneta, virou-se para Rhaenys. "Você se enganou, minha senhora. Meu nome é Astoria Targaryen," e saiu da sala.

A chama do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora