Nossos inimigos irão queimar

2.9K 450 91
                                    

───────────────────────────

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

───────────────────────────

Fazia frio naquelas terras, próximo ao mar que abraçava Pedra do Dragão, onde as memórias tristes pareciam tão profundas quanto as águas turbulentas que circundavam o castelo. Rhaenyra envolveu seu manto com força enquanto avançava pelo caminho conhecido, seus passos ecoando suavemente nos corredores de pedra. O aroma salgado do mar impregnava o ar, misturando-se ao vento que agitava seus cabelos prateados, como se o próprio mar estivesse sussurrando segredos do passado.

A jovem Targaryen não sabia ao certo o que a levava ali naquela noite. Apenas uma necessidade incontrolável, um chamado silencioso que a guiava até aquele lugar de memórias e dor. Daemon e seus homens pareciam ter partido, deixando o castelo envolto em um silêncio solene, como se o tempo se recusasse a avançar naquele lugar onde as lembranças eram mais vivas do que a própria vida.

Ao empurrar as portas do salão principal, Rhaenyra foi envolvida por uma visão que a deixou sem fôlego, como se estivessem à espera por ela durante toda uma eternidade. Um soluço escapou de seus lábios enquanto lágrimas brotavam em seus olhos.

"Minhas crianças..." murmurou com voz trêmula, um misto de alegria e angústia. Seu pequeno Jace estava sentado em um modesto trono de ferro, um sorriso radiante iluminando seu rosto angelical. Luke segurava Viserys II no colo ao lado, enquanto Aegon III e Joffrey cada um com sua pequena coroa, estavam de pé, um de cada lado de Jace, como guardiões leais.

Risadas infantis ecoaram pelo salão e logo mãos pequenas e calorosas envolveram sua cintura. Nyra olhou para baixo e encontrou olhos lilases e cabelos platinados, tão semelhantes aos de Daemon.

"Visenya..." sussurrou em choque, emocionada além das palavras. Sua filha estava ali, viva e radiante como nunca imaginara.

Os meninos se aproximaram dela em um círculo, um gesto de amor e união que transcendia o tempo e o espaço. Aegon III foi o primeiro a abraçá-la, seguido pelos outros irmãos.

O coração de Rhaenyra batia forte, cada batida ecoando no silêncio solene do salão. As lágrimas que escorriam por seu rosto eram pura emoção, seu peito transbordando de um amor que fora roubado tão cruelmente.

Com uma risada leve de Visenya, todos desapareceram diante de seus olhos, deixando-a aturdida com a realidade que se desfazia.

Seu corpo foi tomado por soluços enquanto acordava abruptamente em seu quarto no castelo, o cenário de sua vida destruída. Estava febril, tendo a imaginação de chamas a devorando, enquanto sua garganta insistia em querer fechar. Puxou o ar com força, seu corpo tremendo violentamente. Sua cabeça latejava e algo dentro dela gritava, uma dor que nem o tempo nem a distância podiam aliviar.

"Devolvam-me meus filhos!" gritou em fúria, coração e alma dilacerados. Os deuses já haviam levado tudo o que tinha, o que mais podiam desejar dela? Lágrimas grossas escorriam por seu rosto enquanto Rhaenyra se entregava a um desespero tão profundo quanto o dia em que perdeu seus amados meninos.

A chama do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora