UM CONTO HOUSE OF DRAGONS
Após sua trágica morte nas mãos de seu meio-irmão, Aegon II, Rhaenyra Targaryen encontra-se inesperadamente transportada de volta ao passado. Despertando em um tempo onde sua vida ainda está por ser escrita, Rhaenyra se v...
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Rhaenyra odiava despedidas. Cada adeus lhe rasgava o coração, especialmente quando envolvia pessoas que amava e desejava proteger com todas as forças. Lembrava-se vividamente do dia em que se viu forçada a enviar seus filhos para terras distantes, um sacrifício necessário para afastá-los da tenebrosa sombra da guerra. Naquela ocasião, seu peito ardeu de dor ao ver Joffrey agarrado à sua cintura, enquanto Rhaena soluçava nos braços de Baela. Jacaerys, com olhos marejados, despedia-se dos irmãos mais novos, um momento que não teve a chance de compartilhar com Lucerys antes dele ser levado pelo Estranho. A lembrança dessa separação ainda queimava como as chamas do próprio inferno, mas ela sabia que proteger a vida daqueles que amava era o preço que precisava pagar. E agora, enfrentava novamente esse tormento com Astoria e Saaron.
Aegon, em seu colo, apertava contra o peito um cavalinho de brinquedo, o mesmo que carregava desde o início de sua infância. O pequeno príncipe não compreendia plenamente o que estava acontecendo, apenas sabia que seus novos amigos estavam partindo para um lugar distante e bonito. Apesar dos sorrisos de Saaron e dos abraços calorosos de Astoria, uma melancolia envolvia Aegon. Era muito para uma criança tão jovem suportar.
"Sa-sa," chamou Aegon, os olhos fixos em Saaron, que poderia muito bem ser seu próprio irmão. Saaron se aproximou com um pequeno sorriso, vestido com trajes de um azul claro, ele deveria se acostumar com as novas cores. O jovem príncipe levantou as mãos e entregou o brinquedo a Saaron, como um gesto de despedida e uma promessa de lembrança.
"Vou cuidar bem dele, Egg," assegurou a criança morena, e Aegon pareceu encontrar um pouco de consolo naquela promessa, pois o cavalinho era seu tesouro mais precioso.
Enquanto isso, Astoria se despedia de Anessa, cuja expressão abatida revelava a dor da separação. As duas tinham desenvolvido uma relação próxima, quase como irmãs.
"Eles vão cuidar de você, jovem princesinha. Prometo tentar te visitar com vossa alteza," confidenciou Anessa, abraçando Astoria com firmeza. A menina sorriu, mesmo com os olhos transbordando em lágrimas. Ela odiava chorar e havia prometido a si mesma não derramar lágrimas desde o leito de morte de sua mãe, mas agora estava à beira de quebrar aquela maldita promessa.
Sor Criston Cole observava tudo de longe, a expressão impenetrável como uma muralha. Ao seu lado, os escudeiros gêmeos trocavam murmúrios nervosos enquanto Sor Harwin Strong mantinha um olhar curioso sobre a cena. A princesa, com a dignidade de uma líder nata, ordenara que todos se preparassem para partir em um dia e meio. O destino? A Fortaleza Vermelha.
Fazia tantas luas que estavam longe do castelo, que muitos servos e escudeiros acreditavam que esta seria a morada oficial da herdeira até que ela estivesse pronta para assumir seu posto como a primeira rainha de seu nome. Rumores sussurrados pelos corredores sugeriam que a princesa não tinha pressa em selar um casamento ou em ter filhos, um fato que deixava o próprio irmão como o próximo na linha de sucessão. Mesmo o rei parecia resignado com essa perspectiva.
