Taverna do Rato Embriagado

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Quando Rhaenyra tinha apenas seis luas, seu pai, Viserys, foi coroado rei dos Seis Reinos. O poder de controlar e manter seu povo, além de ser montador do grande terror negro, o dragão Balerion, estava em suas mãos. Ela se lembrava fielmente daquela manhã na Fortaleza Vermelha: o salão estava repleto de pessoas, servos e nobres das mais diversas casas, todos dispostos a reivindicar o Trono de Ferro, a maior conquista e recompensa dos Targaryen.

Aemma, sua mãe, estava grávida, talvez do segundo filho e possível herdeiro do reino. Rhaenyra nunca foi considerada herdeira legítima, assim como Rhaenys antes dela. A jovem princesa não sonhava em ser rainha; seus desejos eram mais simples: voar em Syrax e viver pacificamente.

Numa tarde, logo após o banquete de coroação de Viserys, Rhaenyra encontrava-se nos jardins da Fortaleza Vermelha. O sol estava baixo no horizonte, tingindo o céu com um suave dourado. A pequena princesa, com seus cabelos prateados refletindo a luz do sol poente, brincava com uma boneca de pano. Aemma, sua mãe, aproximou-se devagar, observando-a com ternura. Sentou-se ao lado da filha, o ventre arredondado visível sob as vestes de seda.

"Rhaenyra, minha querida," começou Aemma, a voz suave como a brisa vespertina, "o que fazes aí sozinha?"

Rhaenyra levantou o olhar, os olhos violetas cintilando com a inocência da infância. "Estou brincando, mãe. A boneca é uma princesa, e ela está voando em um dragão."

Aemma sorriu, acariciando os cabelos da filha. "Voar em dragões é um privilégio nosso, dos Targaryen. Sabes que um dia tu também voarás em Syrax, não é?"

Rhaenyra assentiu vigorosamente, os olhos brilhando com entusiasmo. "Sim, mãe! Mal posso esperar para voar tão alto quanto o sol!"

Aemma riu suavemente, mas seu sorriso logo se desfez em uma expressão pensativa. "Minha pequena, há algo que preciso te dizer. Algo importante sobre o nosso dever, nossa responsabilidade."

Rhaenyra franziu a testa, curiosa. "O que é, mãe?"

Aemma suspirou, o olhar perdido em algum ponto distante. "Tu sabes que teu pai é agora o rei. E, como rei, ele deve proteger e governar os Seis Reinos. Mas, Rhaenyra, há sempre aqueles que desejam o trono, que questionam a legitimidade de uma mulher como herdeira."

A pequena princesa mordeu o lábio, tentando entender as complexidades das palavras da mãe. "Eu serei rainha, mãe?"

Aemma sorriu, mas havia tristeza em seus olhos. "Talvez um dia, minha filha. Mas lembre-se, ser rainha não é apenas sentar-se no trono. É um peso, uma responsabilidade que exige força, sabedoria e coragem. Teu pai acredita que os homens governam melhor, mas eu vejo em ti um coração forte e uma mente afiada. Poderias ser uma grande rainha."

Rhaenyra olhou fixamente para a mãe, absorvendo cada palavra. "E se eu não quiser ser rainha, mãe? E se eu quiser apenas voar em Syrax e ser livre?"

Aemma acariciou o rosto da filha, seus olhos marejados. "Então, minha pequena, eu espero que encontres tua liberdade. Mas nunca esqueças que o sangue dos dragões corre em tuas veias. O destino dos Targaryen está em nossos ombros, e às vezes, não podemos fugir dele."

A chama do dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora