IV

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24 de dezembro de 1910

- Shhh, calma bonita, calma. Sei que fiz você correr muito esta manhã, mas agora vou deixar você descansar um pouco antes de voltar.

Angélica acariciou a cabeça de Fúria, a bonita égua árabe branca e cinza que seu marido a presenteara assim que se casaram. Ela andou um pouco para acalmá-la e, depois de alguns minutos, desceu da sela e amarrou as rédeas em uma das árvores atrás dela.

Ela caminhou distraidamente com sua roupa de montaria adaptada

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Ela caminhou distraidamente com sua roupa de montaria adaptada. Ela não se envergonhava em usar calças. Era mais confortável e muito mais hábil para aquela atividade. Sentou embaixo de uma frondosa árvore e ficou admirando a plantação. Ela tinha orgulho do que conquistara. E estava feliz em quem se tornara. Mas agora tudo desmoronara. Durante a semana fizera de tudo para não precisar ceder aos ditames de Jorge Monforte, mas tudo foi em vão. Procurara por mais de um advogado e todos foram categóricos em dizer que Gumercindo Tavares Bastos estava nas mãos de Jorge Monforte. A qualquer momento ele poderia tirar-lhe a fazenda de maneira legal. Não havia escapatória. Ela teria que se submeter novamente a um casamento sem amor e o que era pior, sem a menor aptidão em ser uma esposa.

Levantou-se, resignada com seu futuro, e voltou para casa para se arrumar. Haveria uma quermesse de Natal e ela havia prometido ao padre Júlio que iria.

Ao chegar acompanhada de Matteo e Giuliana à Quermesse viu sua irmã com o marido conversando com o padre. Ela foi ter com eles deixando os dois italianos a sós.

- Que bom que viestes, minha irmã

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- Que bom que viestes, minha irmã. - Rosana falou dando um abraço em Angélica. - Estás bem?

- Diante do possível. - Rosana sorriu entendendo.

- Fico feliz que viestes, Angélica. - disse o padre.

- Não poderia deixar de vir, padre. Eu faço parte disso e me alegro imensamente por este ano termos tido recursos para ajudar a tantos.

Era uma vez... A viúva virgemOnde histórias criam vida. Descubra agora