Epílogo

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Dezembro de 1920

Jorge se apoiou no parapeito e observou o filho  e suas duas filhas, que haviam nascido nos anos seguintes ao nascimento do menino, brincarem ao redor da fonte que ficava em frente a casa enquanto o sol começava a se despedir do dia.

Ele ouviu a porta se abrir, olhou para trás e sorriu para a esposa.

- Achei que ia encontrá-lo aqui. - disse Angélica enquanto caminhava sensualmente em sua direção.

Ele abriu os braços e ela entrou neles, moldando seu corpo ao dele.

- É a minha visão favorita. - Ele lhe deu um beijo na têmpora quando ela chegou perto o bastante. - Além de você. - Ela riu de leve.

- Depois de todos esses anos, você ainda é um sedutor.

- Mas eu sou e sempre serei um sedutor somente com você.

Ela passou os braços em volta do pescoço do marido, e ele abaixou a cabeça para que as bocas se unissem. Ele nunca se cansaria de beijá-la e aquilo acendeu outros desejos.

- Que tal irmos até o nosso ipê? - ela sugeriu e ele deu um sorriso sedutor, pois sabia exatamente o que eles fariam embaixo da exuberante árvore.

Saíram sem que as crianças percebessem, mas Francisco e Dolores viram e sorriram um para o outro entendendo a fuga do casal apaixonado.

- Oh, meu Deus! - Angélica espantou-se quando viu a sua árvore em flor.

Contrariando as expectativas, a árvore estava completamente florida. Não era a época de floração. Isso só podia ser um presente divino.

- Isso só pode ser um bom presságio. - ela sorriu quando ele falou.

Então Jorge estendeu a colcha que sempre levava quando iam até o ipê amarelo. Ele se apoiou no tronco da árvore e Angélica apoiou as costas no peito dele.

- Eu passo o ano inteiro esperando ansiosa essa árvore florir. - ela disse.

- Esse ano ela lhe presenteou mais cedo então.

- Deus tem me dado muitos presentes ao longo da minha vida.  Você é um desses presentes maravilhosos. - ele a apertou mais em seus braços.

- Não. Você que é meu presente. Você faz ideia do que sinto por você? - ele perguntou retoricamente. - Do quanto amo você? Tem ideia como me sinto sendo amado por você?

- Tenho certeza que da mesma forma que eu. - ele a beijou na têmpora. - Logo faremos dez anos de casados. - ela comentou.

- Parece que foi ontem. E eu te amo desde então.

Angélica olhou para ele com olhos divertidos de repreensão.

- Até parece que você casou comigo por amor.

- Claro que casei. - ele falou. - Eu só não sabia disso na época. - ela gargalhou e ele a apertou mais em seus braços.

- Não importa se nos casamos por amor ou não. O que importa é que nos amamos e construímos uma linda família.

Era uma vez... A viúva virgemOnde histórias criam vida. Descubra agora