XXXI

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- O que você quer dizer com isso, Jorge? - ela indagou.

- Augusto não está morto. - ela estava visivelmente atordoada.

- Como não está morto? - inquiriu. - Eu vi o corpo dele carbonizado.

- Não era ele. - ele disse, simplesmente.

- Como não era ele, Jorge? Eu reconheci o anel dele. - cada vez mais ela entendia menos.

- Ele chegou aqui e contou outra história, mas tenho certeza que Augusto Fernandes Lima forjou a própria morte. - Angélica levou a mão à boca.

- Isso é muito sério, Jorge. Isso é...

- Um crime. - ele completou. - Eu sei e ele sabe muito bem disso, por isso sua versão é outra.

Angélica se levantou e vestiu um robe.

- Eu não sei nem o que pensar. - ela parou e pensou um pouco até que foi pra perto do marido e sentou na cama. - Então eu e ele ainda estamos casados. - afirmou ela. Ele não disse nada. Não havia o que dizer. Aquela era a verdade. Ela não era viúva quando se casara com Jorge. - Céus! O que vamos fazer?

- Não temos que fazer nada, Angélica. - ele disse enquanto a segurava pela lateral de seus braços. - Você é a minha mulher, não dele.

Jorge não esperou que Angélica processasse suas palavras, a deitou e ficou em cim dela e beijou-a e o beijo foi quente e terno e consumidor, como um fogo lento. E então foi como se alguém tivesse jogado lenha no fogo, pois as chamas aumentaram sem aviso.

Ele queria ir devagar. Queria venerá-la. Queria adorá-la. Mas ele precisava possuí-la, mostrá-la que ela era dele e não deixá-la pensar em sequer cogitar voltar pra Augusto Fernandes Lima.  Não houve nada gentil na consumação entre eles. Era como se eles estivessem batalhando até a morte, agarrando-se um ao outro como se a vida dependesse daquilo.

Jorge ignorou a dor causada pelas unhas dela apertando-o sem misericórdia até marcarem suas costas. Ele empurrou suas mãos para longe dele, mantendo-as em cada lado de seu rosto conforme ele tomou posse, investindo nela profunda e duramente. Quando ele libertou as mãos dela, e ela as colocou no cabelo dele, trazendo seu rosto abaixo para o dela, sua boca devorava a dele, suas pernas se entrelaçavam ao redor dele.

Ambos gemeram com a força do clímax, seus corpos encharcados de suor, suas respirações trabalhosas. Ele rolou de lado, trazendo Angélica com ele. Ele sentiu o estremecimento percorrer o corpo dela, seguido por um tremor que tinha pouco a ver com o que eles haviam feito. Ele sentiu suas lágrimas, e então os duros soluços começaram a sacudir seu corpo. Ele rolou-a de costas.

- Eu machuquei você? - ele perguntou, preocupado.

- Não. Você jamais me machucaria. - disse ainda aos prantos.- Mas estou preocupada. Estou assustada. Não que eu não esteja feliz por ele estar vivo, mas isso nos prejudica.

- Você o ama? - ele precisava perguntar.

- Claro que não, Jorge. Eu amo você. - ele a abraçou.

- Graças a Deus. - sussurrou.

- Não é essa a questão, Jorge. - ele a encarou. - Como fica a nossa situação agora?

Era uma vez... A viúva virgemOnde histórias criam vida. Descubra agora