Three is Better

Capítulo 12

Ardente

Megumi

A primeira vez que senti meu coração disparar por alguém aconteceu no terraço da casa da Maki, quando Yuji e eu nos beijamos pela primeira vez. Desde então, acreditei firmemente que nunca mais experimentaria esse sentimento por mais ninguém. Hoje, no entanto, afirmo com muita ênfase que eu estava redondamente enganado.

Minha história romântica com minha melhor amiga começou de maneira conturbada. Não, conturbada é pouco para definir o nosso começo. Foi um verdadeiro desastre! Não nos apaixonamos na infância, muito menos durante o colegial. Pelo menos, não da minha parte. Minha história maluca começou quando Nobara Kugisaki, uma mulher gulosa por homens, confessou o desejo de compartilhar o meu namorado, Yuji Itadori, em um relacionamento fechado entre nós três e, após muitas intrigas, confusões e lágrimas, descobri que ela também nutria sentimentos por mim.

Nobara está apaixonada por dois homens. Yuji, meu namorado, já foi apaixonado por ela no passado. Eu, por outro lado, sou uma confusão completa agora.

Não que eu me arrependa.

Neste dia de quarta-feira, fui até o estúdio de design de moda com a intenção de entender o que se passa comigo, pois até dois dias atrás eu me considerava alguém que só tinha olhos para o Yuji, mas algo mudou quando vi Nobara transformada na minha frente.

Não sei dizer se foi por acaso ou destino, de repente aconteceu.

Eu não a enxerguei mais como minha melhor amiga, alguém cujo corpo deveria permanecer intocado. Eu a desejei. Ansiava sentir meu corpo sobre o dela, igualmente quando me vi diante de Yuji na nossa primeira vez. E experimentar tal atração por duas pessoas de sexos diferentes foi como uma bomba para mim.

Eu precisava entender o que isso significava.

Quando encosto meus lábios ao dela, me sinto de volta a um lugar que nunca deveria ter saído. Nobara, inicialmente, fica incrédula por vários motivos, mas eu prossigo sem hesitar, afundando minha mão em seu cabelo, alcançando a raiz de sua nuca. Sua boca é macia, inesquecível, e arrisco pedir espaço com a língua, que enfrenta suas inseguranças.

Nobara vacila por um segundo e meu coração acelera. Necessito de sua resposta. Aperto seu corpo contra o meu, desejando sentir cada pedaço dessa mulher que tomou o controle dos meus sentimentos sem minha permissão.

O tempo parece parar.

Responda-me, Nobara. O que você quer agora?

Então, como uma barreira que se desfaz em um turbilhão, Nobara retribui o beijo tão desesperadamente quanto eu, que busco compreender melhor o que sinto. O beijo é uma batalha inesperada, uma troca de carícias que nos envolve. Sinto a tensão ceder por completo, substituída por uma entrega mútua. Nos chocamos contra os armários, onde tenho a oportunidade de pressionar seu corpo pequeno, saboreando seu gosto com louvor. Posso sentir o sal de suas lágrimas, que torna tudo ainda mais memorável. Não quero parar.

Quero conhecê-la mais, quero senti-la mais, quero me aventurar mais!

Como pode mais alguém no mundo mexer tanto comigo?

Nobara! Nobara! Nobara! Seu nome ecoa incessantemente em minha mente, derrubando todas as minhas questões até agora.

Meu corpo queima instantaneamente ao seu toque. Posso sentir seu lado provocador, que conheci no estúdio, emergir, acariciando-me de maneira deliciosa, serpenteando as mãos pelo meu peito, indo de encontro a minha nuca, puxando-me para si. Aperto sua cintura, pressionando os dedos na pele macia exposta, onde consigo distinguir seus menores arrepios. Aprofundo o beijo, enlaçando sua língua e mordendo seu lábio suavemente, trazendo-o para mim com os dentes. Escuto-a gemer baixinho, o suficiente para fazer meu coração saltar dentro do peito. Tudo se torna mais molhado à medida que nos envolvemos. É uma sensação indescritível, de força colossal e definitivamente embriagante.