O começo

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O passado não pode ser mudado.
Mas pode ser relembrado.

Aquele lugar estava ficando mais quente a cada segundo, não conseguia mover um mísero músculo naquele cubículo e o silêncio estava me deixando alucinada

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Aquele lugar estava ficando mais quente a cada segundo, não conseguia mover um mísero músculo naquele cubículo e o silêncio estava me deixando alucinada. Quando sinto que vou desmaiar pelo calor, o vento frio atinge meu corpo e depois, sinto meu corpo congelando aos poucos, meus dedos ficam roxos e sinto meu corpo adormecer aos poucos. E assim se repete durante horas, esquentando e esfriando naquele pequeno espaço ouvindo meus órgãos lutando para sobreviver e o coração batendo freneticamente e o sangue correr sem parar pelo corpo.

A punição da caixa era para fracassos de missões de dificuldade mediana. Ela foi criada de titânio com fechaduras como de um cofre, as paredes contém entrada de ar por canos próprios para aquentar o calor e o esfriamento, a contagem para a troca de temperatura é de mais ou menos 15 minutos.

Eu fracassei de novo na missão, agora estou aqui sofrendo as consequências. Depois de horas pensando que desmaiaria ali, ouço o barulho das trancas e o teto acima abrir revelando um dos devil's, ele estica a mão me tirando da caixa e vejo Marcus com uma garrafa de água e um pão com pasta de amendoim.

Pouco depois de terminar de comer, bebo mais alguns goles da garrafa molhando a garganta seca, sinto o líquido escorrer pelos cantos da boca e passo a manga da blusa limpando a lambança.

Marcus- Você fracassou de novo pequena. O que aconteceu para isso ter acontecido?- Suas mãos seguram meu rosto o apertando enquanto inclina minha cabeça para olha-lo nos olhos.

Morgana- Eu...Eu acabei me distraindo. Isso não vai mais acontecer- Murmuro com a voz rouca sentindo a garganta secar novamente.

Marcus- Se distraindo, Morgana? Espero que não se repita- A raiva em sua voz era contida, mas conseguia ver rancor e decepção no azul sem vida de suas íris. Ao soltar meu rosto, sou liberada para voltar ao dormitório e sou deixada sozinha no corredor, corro até meu quarto entrando no banheiro e jogando tudo para fora, a dor de cabeça aumentou e a visão ficou turva por alguns segundos. Deito na cama tomando o remédio antes de dormir e sinto meu corpo relaxar ao sentir o tecido gelado do edredom e a maciez do colchão me fazendo apagar rapidamente.


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O clima estava frio, a vento gelado fora da propriedade passava pelas frestas das portas e janelas. Meu olhar estava fixo no corpo a minha frente, o sangue escorrendo do pescoço até as roupas e espirrando em meu rosto era de grande quantidade. A faca antes em minha mão agora estava enfiada no olho do garoto a minha frente, seus gritos estridentes e desesperados foram cortados quando coloco minhas mãos em seu rosto e o viro com força. O som do osso se quebrando e saindo do lugar é silenciado aos gritos da torcida fora da arena.

Marcus aplaude a cena mostrando o garoto como exemplo de pessoas fracas e inúteis. Mais um treino de resistência e escolha, ninguém sobrevive se for fraco ou indeciso. Não podemos aceitar a derrota ou a morte, ou você mata ou é morto, e eu escolhi matar para sobreviver naquela democracia em que vivíamos.

Lírios de Sangue - Lâminas nas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora