Portas do passado

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A serpente é astuta
ela sabe quando atacar e a força de cada inimigo
E mesmo assim, ela sempre vence
Tendo sua refeição final
A vitória.


Não adianta, mesmo que eu vá para qualquer canto desse lugar não consigo achar o responsável que murmura uma canção familiar

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Não adianta, mesmo que eu vá para qualquer canto desse lugar não consigo achar o responsável que murmura uma canção familiar. O canto vira um murmuro, paro olhando tudo ao redor e como sempre tudo está sem cor, apenas em preto e branco.

Olhar para o lado assim que ouço risadas, tem uma porta vermelha entre aberta, caminho até encostar a mão na mesma e empurrar. Consigo ver eu mesma, eu devia ter pelo menos uns 6 anos, estava cercada por 4 garotos mais velhos, não entendo o que queriam fazendo uma criança chorar. Ver alguém chorar ou sofrer faz se sentir bem igual eles se sentiam? Talvez se tivesse um motivo para isso eu conseguiria entender.

¹- Aí pirralha, que merda é essa? Que nojento, cara olha essa aberração.- O mesmo segurava meu rosto o apertando com força, ele vira para que os outros possam ver e suas carretas eram as mesmas.

²- Porra, a cara dela tá costurada parecendo carne podre. Tira isso perto de mim.

³- Isso é nojento demais, eu me matava se tivesse isso no meu rosto.

⁴- Se matar é pouco, parece um parasita no rosto. Como conseguiu essa merda?

Suas risadas me dava agonia e tudo que eu queria na hora era ter silêncio. Então quando meu punho foi de encontro no rosto do líder deles, foi quando tudo aconteceu.

Eles me seguraram pelos braços e me arrastaram até a sala de treinamento onde tinha o jogo como o de dardos, só que era com facas, era bom para melhorar a mira. Fui virada de ponta cabeça com os pés amarrados, eu agradeci que a mira deles era péssima, levei alguns cortes nos braços e um na coxa.

Os garotos saíram correndo assim que o sino de recolher tocou, fiquei ali por alguns minutos chorando querendo que tudo acabasse.

Fazia dois anos que estava ali, depois que fui salva por Marcus e trazida pra cá, era difícil lidar quando se tinha um rasgo enorme no rosto, ele prometeu que ensinaria tudo para mim. E ele realmente ensinou.

Quando me encontrou chorando amarrada de ponta cabeça no tiro ao alvo, Marcus me desamarrou e me segurou em seu colo.

Marcus- Porque está chorando pequena Morgan?

Morgana- Eu sou uma aberração por causa dessa cicatriz...Eu mereço morrer?

Consigo ver o que eu queria naquele momento, um abraço, palavras doces que me fariam sorrir e talvez...Ser chamada de filha.

Marcus- O tolo aceita palavras de outro tolo. Você acha que realmente merece morrer? Então faça sua escolha, Morgana.

O mesmo levanta sua adaga colocando em minhas mãos e me coloca no chão.

Lírios de Sangue - Lâminas nas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora