O passado diz olá

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Odeio lembrar o passado
Porquê nunca vejo as coisas boas
O passado adora me assombrar...

A noite estava fria, meu corpo sem alguma peça de roupa ajoelhada no piso de concreto em frente aos sobreviventes da missão

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A noite estava fria, meu corpo sem alguma peça de roupa ajoelhada no piso de concreto em frente aos sobreviventes da missão.

Os pulsos presos por correntes acima da cabeça sem que conseguisse movimentar o corpo com o paralisante injetado em minha veia sanguínea. Meus cabelos são acariciados com carinho pela mão coberta de Marcus, fecho os olhos com força apenas ouvindo suas palavras sem proferir algum som em meus lábios.

Marcus- Minha querida Morgan...Saiba que mesmo fazendo isso...É para seu bem, para todo erro haverá uma punição.

O som do chicote batendo no chão faz meu corpo se arrepiar na espinha, baixo a cabeça deixando os longos cabelos cobrirem meu rosto e mordo os lábios para não fazer sequer um barulho.

Marcus- Serão 10 chicotadas para cada um presente aqui, se baterem fraco, repetirão até fazer certo, se não, trocam de lugar com ela...

Após seus palavras autoritárias, o mesmo saí sem olhar para trás e entrega a corda para o primeiro da fila.

Foram horas agonizantes onde a cada batida errada, era repetido com mais força, a carne em minha costela já deveria estar dilacerada, sentia o sangue escorrer sobre o seco e o vento gelado bater sobre os cortes abertos expondo a carne viva para todos ali presentes naquela noite.

Pingos de chuva começaram a cair fracamente até aumentar gradativamente sua intensidade. Todos logo saíram correndo para dentro me deixando presa naquela escuridão. A água escorria pelas feridas limpando o sangue ainda fresco com um banho que ardia a alma, mas não pela dor física, mas sim a mental.

Respiro ofegante até desistir de segurar e grito com todas minhas forças, libero todo o ódio, dor e tristeza que preenchia meu ser, os pulmões ardente pedindo descanso para a força feita.

Antes que perceba, meus pulsos são soltos e meu corpo coberto pelo tecido macio e quente. Mãos passam por minhas coxas e ombros com cuidado, mas de todo o jeito solto um baixo gemido de dor pela pressão as feridas.

Levanto o rosto vendo mechas brancas e negras caindo sobre o rosto do indivíduo, a máscara ainda se mantinha em seu rosto, mas de qualquer jeito não estava com forças para lembrar do rosto ou até mesmo da voz sussurrando.

- Vai ficar tudo bem...Eu vou cuidar de você... sempre.


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Algo tocava em minha pele, meus cabelos eram movimentados a todo momento ou puxado levemente. Minhas costas ardiam ao contato do tecido, mas a dor era mínima ao de horas atrás.

Abro os olhos aos poucos me acostumando com a mínima claridade do local. Ao olhar para a direita, vejo as pequenas mãos da garota em meus cabelos trançando e colocando flores ao longo do comprimento.

Lírios de Sangue - Lâminas nas SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora