Como cuidar de cinco filhotes de Rei Demônio??

Capítulo 16 - Um jogo de gato e rato, ou seria de rato e aranha?

 Theriy está apenas com a companhia de seus filhotes agora, depois de um tempo grande demais até mesmo para ela que ficou a maior parte do tempo sozinha. Mas, agora ela tinha coisa para fazer, como por exemplo começar sua procura por comida, com certeza seus filhotes devem estar com fome. Talvez ela consiga encontrar algum bicho grande o suficiente para que todos comam e ainda guardar um restinho para mais tarde.

Ela faz uma cheirada simples no ar, sentindo o cheiro comum de uma floresta, sem mais nenhum vestígio de que ouve qualquer tipo de habitante naquela área, o único que resta ali são as casas vazias e rachadas deixadas para trás.

— O que acham de comer alguma cobra? Talvez se estivermos com sorte conseguiríamos passar por algum felino, e se estivermos com a sorte completamente do nosso lado alguma coisa maior que isso, podendo ser até mesmo um urso. — Theriy fala, sem esperar a resposta de seus filhotes, eles devem estar curiosos com o novo ambiente em que se encontram. — Mas, dentro dessas casas devem ter comida também, como a residência da bruxa, mesmo que seja difícil encontrar uma delas no meio de um lugar com tantos humanos.

Indo até uma das moradias abandonadas, uma grande casa que um dia já foi pintada de vermelho, mas agora está tão desgastada que apenas fiapos daquela outrora cor foram deixados para trás, além disso a grama já havia crescido o suficiente para que nem mesmo o chão pudesse ser visto direito. Quando Theriy entra ela funga um pouco procurando por qualquer coisa que possa estar escondido, mas além da poeira, e da grama nada de incomum foi encontrado, apenas uma grande casa completamente abandonada.

Do lado de dentro o aspecto de abandono se tornou ainda mais presente, com as plantas já tendo adentrado cada cantinho e rachadura que poderiam encontrar, também se enrolando em moveis, estantes com seus vidros quebrados, e sofá cheio de buracos como se uma revoada de pássaros viesse ali toda hora para fazer mais um buraquinho no estofado escuro.

A aracne caminha mais para dentro, o peso de seu corpo fazendo a madeira abaixo de suas patas rangerem como se não aguentassem mais nem um único grão de poeira em cima deles. Ela passa pelos moveis desgastados, indo para uma outra parte da sala onde encontra um outro cômodo com diferentes decorações que já tiveram dias melhores, e por fim encontrando uma escada com diversos degraus quebrados com cheia de pequenos insetos, que se demonstraram ser cupins mordendo toda a madeira pela frente.

Theriy decidi não subir até o próximo andar, ali já seria um ótimo lugar para colocar suas armadilhas apenas precisaria assustá-los.

— Vamos colocar uma de nossas teias por aqui. — Comenta Theriy, olhando para uma parede adjacente a escadaria. — Apenas precisaríamos assustá-los o suficiente para fazê-los sair.

Fazer sair cada rato que estava escondido embaixo daquele lugar, ela conseguia escutar os guinchos, e os pequenos barulhos de fungadas que cada um fazia quando encostava no outro. Eles devem ter se escondido quando escutaram alguém entrando, e pensaram que ninguém iria percebê-los, mas como não se esconderam direito qualquer um conseguia escutá-los por todo canto aquela casa.

— Iremos pegar alguns ratos, são tantos que podemos comer e recuperar forças para pegar algo maior mais tarde. — Comenta Theriy, já começando a tirar fios de teias de sua boca.

—Ratos...? — Fala um de seus filhotes, sendo ela Callidora, que subia no ombro de sua mãe para olhar melhor a escada infestada de cupins e ratos barulhentos. — Comer...isso.

— Exatamente, vocês ainda não comeram nenhum rato, não é? — Theriy vai até a porta que ela havia passado, colocando fio por fio, enquanto tampa toda aquela saída. — O gosto não é ruim, eu já provei milhares de vezes. Tirarei a pele para vocês e depois comeram, nem perceberam a diferença com qualquer outra carne que já provaram, tem até um gosto parecido com os pássaros que tanto gostam.