1. Piloto

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Notas da autora:

Boa noite bebês, como estão? Espero que muito bem! Estive dando uma olhada no twitter e vi o quanto desejam uma fanfic entre a Simone e a Rebeca e eu estou aqui justamente para entregar isso à vocês. Faz muito tempo que eu não escrevo, então me perdoem qualquer erro de gramática possível, também espero que gostem bastante e não deixem de comentar. Espero que surtem e comentem bastante porque a continuidade irá depender disso.

Agora boa leitura pra vocês!


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O sol mal havia nascido quando Rebeca Andrade pisou no ginásio em São Paulo. O aroma familiar de magnésio e suor a recebeu como um velho amigo. A poucos milhares de quilômetros de distância, em Spring, Texas, Simone Biles fazia o mesmo, seus passos ecoando no World Champions Centre, o ginásio que sua família construíra.

Duas mulheres, dois países, um sonho.

Rebeca, nascida e criada em Guarulhos, na periferia de São Paulo, era o retrato da perseverança brasileira. Filha de uma empregada doméstica, ela descobriu a ginástica aos quatro anos através de um projeto social. Biles, por outro lado, nasceu em Columbus, Ohio, mas foi criada por seus avós em Spring, Texas, após ser colocada em um lar adotivo devido aos problemas de dependência química de sua mãe biológica.

Destinos tão diferentes, mas tão similares em sua busca pela excelência.

Enquanto Rebeca se alongava, sua mente vagava para as inúmeras cirurgias que quase deram fim a sua carreira. Três cirurgias no joelho direito, cada uma um teste de sua determinação. Simone, por sua vez, carregava cicatrizes invisíveis. Os abusos sofridos nas mãos de Larry Nassar, o peso esmagador das expectativas, os "twisties" que a forçaram a se retirar de várias finais nas Olimpíadas de Tóquio.

Dor física, dor emocional. Dois lados da mesma moeda.

"Foco, Rebeca." murmurou para si mesma, executando um duplo mortal na trave. Do outro lado do mundo, Simone repetia seu mantra: "Faça-o pela menina que você era, pela mulher que você é, pela atleta que inspirou gerações."

Suas rotinas, embora a quilômetros de distância, eram sincronizadas em sua intensidade. Rebeca, conhecida por sua elegância e precisão técnica, trabalhava incansavelmente em seu Cheng no salto, um movimento que Simone executava com perfeição há anos. A americana, por sua vez, aprimorava constantemente seus movimentos epônimos, elevando o nível da ginástica mundial a cada competição.

Rivais? Sim. Mas também espelhos uma da outra.

À medida que o dia avançava, as duas se permitiram um momento de reflexão. Rebeca folheava uma revista, seu rosto estampado na capa ao lado de Simone. "A Nova Rainha vs. A Lenda Viva", dizia a manchete. Ela bufou, irritada com a simplificação de sua complexa relação.

Em seu quarto em Spring, Simone assistia a vídeos de Rebeca no YouTube. A graça da brasileira no solo, sua força no salto. "Ela é incrível." admitiu em voz baixa, uma mistura de admiração e apreensão em sua voz.

A rivalidade entre elas, alimentada pela mídia e pelos fãs, era tanto uma bênção quanto uma maldição. Empurrava-as a serem melhores, a quebrar limites, mas também criava uma barreira invisível, impedindo-as de ver a humanidade uma da outra.

Rebeca, introvertida e reflexiva, encontrava força em sua fé e no apoio inabalável de sua mãe, Rosa. Simone, extrovertida e carismática, apoiava-se em sua família adotiva e em seu marido, Jonathan Owens.

Tão diferentes em personalidade, mas unidas por sua paixão.

À noite, preparando-se para dormir, ambas sentiram o peso da competição iminente. Rebeca olhou para a foto de Daiane dos Santos em sua parede, a primeira brasileira a se tornar campeã mundial na ginástica artística. Biles, por sua vez, tocou a tatuagem dos anéis olímpicos em seu braço direito.

The Rivals (Rebeca Andrade & Simone Biles)Onde histórias criam vida. Descubra agora