Anna e Joel estavam juntos, para todos os efeitos, só não haviam encontrado ainda a forma de assumir o relacionamento.
Naquela noite, do jantar, ele foi bastante franco com Anna.
"Eu sei que parece bobagem" ele começou, assim que a sobremesa havia sido servida "E talvez na verdade até seja, mas para mim nesse momento é o que faz sentido..."
Anna olhava para ele com atenção, tentando conectar as palavras soltas, e adivinhar para onde ele estava tentando conduzir aquela conversa.
Joel olhou para ela, absorvendo a atenção aplicada que Anna mantinha nele, os olhos ansiosos correndo rapidamente entre os olhos dele, ele sorriu sem graça, relaxando os ombros.
"Não sou bom com palavras." Ele suspirou sorrindo. Caindo em sua própria derrota.
Anna colocou uma das mãos sobre a boca.
"Não mesmo."
Eles riram.
Joel suspirou.
"Não precisa ficar apreensivo" Anna tomou um gole do vinho, dando de ombros "Você só precisa ser sincero. Pode falar qualquer coisa para mim."
Joel parece fazer um esforço para digerir e até mesmo acreditar no que Anna fala, leva seu tempo absorvendo o que ela disse, e com um aceno ele concorda consigo mesmo.
"Eu gostaria de esperar um pouco para falar sobre nós, para Sarah e Tommy." Ele olha profundamente para Anna.
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"Tudo bem, faça o que você achar que será melhor para eles. Eu sei que não é um arranjo que irá acontecer de uma hora para outra. E você sabe o que é melhor para eles..."
Joel demorou mais tempo do que ele gostaria para entender que Anna não era o que ele estava acostumado. E ele gostaria de ter conseguido reconhecer isso antes, ele realmente gostaria. Mas estava tão acostumado a ter essa conversa com quem ele acreditou ser a pessoa certa, e a mulher em questão simplesmente não responder mais as ligações dele, que agora parecia que ele estava sonhando. Não parecia real.
Levou realmente um tempo para que ele acreditasse no que ele estava vivendo.
Por outro lado, Anna apenas conseguia avançar sem medo do que poderia acontecer, sem pensar no lado negativo, sem cautelas com danos colaterais. Até porque era impossível pensar em algo neste sentido, quando é Joel o homem em questão.
Foi tão fácil se envolver até os últimos fios de cabelo com Joel. Foi tão simples gostar dele. Se acostumar com ele entrando furtivamente na casa dela pela noite. Se acostumar com o cheiro dele nos lençóis, nas roupas, na casa. Foi uma rotina muito simples de se instaurar.
