Casa de Praia

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Como definir o esplêndido em uma palavra?

Fora tudo o que eu consegui pensar no exato momento em que entrei naquela casa de praia, que mais parecia uma verdadeira mansão. Possuía dois andares e uma vista privilegiada para a praia à frente, com a água tão cristalina quanto os raios do sol que aqueciam minhas bochechas. Era um espaço gigantesco e lindo, surpreendentemente belo! A Nakamura, ao meu lado, arregalou os olhos de surpresa ao ver que a morena possuía tanto dinheiro. A família dela, no entanto, não eram ricos esnobes; eram pessoas humildes que tinham uma boa quantia de dinheiro no bolso.

— Gostaram daqui, hm? — Chaewon riu divertida, dando espaço para entrarmos na grande casa. Que era decorada com decorações modernas e alguns balões chiques, em tons dourados e rosa cintilante.

Enquanto Kazuha, boquiaberta, fitava cada canto daquela casa imensa e se preocupava em não quebrar nada — até porque, se quebrasse, teria que vender um de seus rins para pagar — eu mantinha meus olhos na menor à minha frente. Ela vestia um vestido cor-de-rosa moderno e cheio de glitter, que ressaltava todas as curvas bem definidas de seu corpo, como sua cintura fina e sua clavícula delicadamente marcada. Ela não estava simplesmente bonita; aquela quase skatista parecia uma verdadeira dama de um filme romântico, algo que eu não conseguia deixar de notar durante toda a viagem. Eu me sentia tão desleixada ao lado daquela princesa. E Kazuha estava, com certeza, em uma situação ainda pior que a minha, com alguns fios de cabelo desarrumados. Ela veio o mais rápido que pôde, antes que Chaewon realmente a deixasse para trás no carro ao meu lado — embora, claro, fosse apenas uma brincadeira da morena.

— Tá brincando?! Chaewon, sua louca! — a japonesa exagerava — Quantas pessoas você convidou para vir ao seu aniversário? No mínimo esse casarão abrigaria 500 pessoas e ainda sobrava. — exagerou

— Ya! Deixe de ser exagerada, Zuha. — Cruzou os braços — Só chamei algumas pessoas da minha família mesmo... E alguns amigos próximos dos meus pais, sabe? Mas nessa parte não tive tanta escolha.

— E chamou alguém da nossa escola? — Perguntei curiosa.

— Da escola foram bem poucas: Karina, Winter, é claro. Ningning, Ryujin e Yeji. E vocês duas, só isso.

— Não sabia que era amiga da Ryujin, aquela mina é mó barra pesada. — Nakamura estremeceu ao lembrar de algumas experiências não muito boas com a Shin, que de fato, era um tanto quanto ignorante.

— Ryujin Unnie não é tão rude. O erro é você achar que ela vai te cadelar como é com Yeji! — falei como se fosse óbvio, a Shin tinha uma forte queda pela Hwang, faltava beijar os pés da ruiva. — Afinal, Yeji já não tinha jogado as cartas na mesa e aceitado Ryujin?

— Quem que 'tá falando de mim aí? — Como uma assombração, a ruiva adentrou na sala, havia acabado de chegar, e com sua presença pegou as três amigas desprevenidas.

— Aish, Yeji Unnie! Que susto da mísera... — a japonesa ofegante pôs a mão no coração.

— Credo, vocês não tem um pingo de alma não? Mal assustei vocês. — Yeji revirou os olhos com um sorriso sacana, claramente alegre em participar daquela festa que acontecerá em breve. — Onde posso colocar minhas coisas? — Disse enquanto trazia consigo uma enorme mala de viagens, tão grande que arrancou boas gargalhadas das outras, visto que a Hwang parecia ter se preparado para ficar lá por ao menos um mês. Tão exagerada.

Aos poucos, a vasta casa de praia foi realmente ganhando vida. Como ainda estava cedo, as amigas que se reuniam aos poucos se encontravam em pequenos grupos, formando rodas de conversa aqui e ali. Enquanto isso, os adultos aproveitavam o quintal, se deliciando com um bom churrasco naquele ensolarado almoço de terça-feira. As jovens estavam completamente dispostas após faltarem a um dia de aula que seria tão entediante.

The Mess You Made - PurinzOnde histórias criam vida. Descubra agora