16 - Por muito tempo!

262 43 75
                                    

Canção: Please Forgive Me
Bryan Adams

Você ainda é a única.
A primeira vez que nossos olhos se encontraram.
O mesmo sentimento que tenho
Cada vez muito mais forte.
Eu quero te amar por muito tempo.
Você ainda acende o fogo?

Então, se você está se sentindo sozinha?
Você é a única que eu vou querer
Eu só quero fazer isso bem.
Então, eu te amo, um pouco mais do que deveria.

Por favor, me perdoe, eu não sei o que faço.
Por favor, me perdoe, não consigo parar de te amar
Não me negue.
Essa dor que estou passando
Por favor, me perdoe, de precisar de você, como eu preciso.
Por favor, acredite em mim, cada palavra que eu digo é verdade.

*******************************

Valentina

"Voltando aos dias atuais, nunca desisti de reencontrar Luiza.
Dei um tempo, sofri, cai e superei, mas continuei em frente.

Sorri, parei de lembrar do passado por alguns instantes, pois ao olhar para o Léo chegando junto com o meu amor e me beijando, percebi que tudo, apesar das dificuldades, havia valido a pena.
Eu tive algumas experiências, sou o resultados delas.
Para ser quem sou, umas foram muito boas, outras não tão boas, outras muito ruins, me deixaram profundas cicatrizes, mas me fizeram valorizar e cuidar muito mais do que estou tendo aqui hoje com ela.
Ela está aqui agora, sorrindo, me abraçando, por agora, nesse momento já me basta.
Ela está comigo e com o Leo na minha frente, de mãos dadas com o meu pequeno campeão.
Agora estamos bem.
Enquanto Luiza e Leo brincavam no parque, fui relendo no diário as linhas que escrevi e que um dia eu daria para a Luiza ler se ela quisesse.
Sempre tinha um na bolsa.

Lembranças de Valentina

Diário n°1

- Frashback on -

- Bom, Luiza foi embora, mas eu tive que continuar dia após dia. Depois que aconteceram todas as nossas dificuldades, meu pai morreu e minha mãe ficou doente. Nada tinha graça para mim.
Fui crescendo e meus irmãos também. Mas nós três éramos muito unidos. Eu sempre fiquei preocupada com nossa situação financeira. Não entendia como a minha tia conseguia pagar tanta despesa. Assim, comecei a trabalhar em um escritório. Ela não queria, mas eu insisti e ela acabou cedendo.

Saímos da fazenda, porque foi vendida, então minha tia comprou um apartamento em Campos. Eu trabalhava das oito da manhã até meio-dia.
Levava minha marmita e meu lanche, almoçava e, dali, ia direto para a faculdade. Ficava até às cinco da tarde, às vezes até mais tarde, quando tinha algum trabalho em equipe.

Um dia , quando fiquei até tarde, minha turma já tinha ido embora. Eu estava na biblioteca, lendo e fazendo anotações. De repente, ouvi passos leves atrás de mim.

- Você ainda aqui? - uma voz familiar perguntou.

Levantei a cabeça e vi Sara parada ao meu lado, um sorriso caloroso no rosto.

- Sim, estou terminando um trabalho. E você? - respondi, tentando disfarçar a surpresa.

- Vim buscar um livro que esqueci. Mas, já que estamos aqui, o que acha de um café? - Sara sugeriu, seus olhos brilhando.

Sorri, sentindo um calor reconfortante se espalhar pelo meu peito. Talvez, apesar de todas as dificuldades, a vida ainda tivesse momentos bons guardados para mim. Eu não tinha amigos nem amigas.
Então Sara era mais velha do que eu uns três anos, era morena, mais alta do que eu, olhos castanhos, era dona de um sorriso muito lindo, de vez quando conversava comigo.

VaLu - Além do Tempo.Onde histórias criam vida. Descubra agora