Luiza e Valentina convivem desde criança, em uma fazenda no Interior do Rio de Janeiro.
Os pais de Luiza foram trabalhar na fazenda dos pais de Valentina.
Ambas são amigas inseparáveis desde a infância, junto dos irmãos de ambas.
O destino as separ...
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Valentina
Eu olhei para Luiza e soube que havia chegado o momento de falar. Se eu quisesse continuar, precisava abrir meu coração, encontrar as palavras e a coragem para dizer o que estava guardado.
- Frashback on -
Na faculdade, descobri mais sobre quem eu era. Tinha beijado tanto rapazes quanto garotas, e foi assim que me descobri bissexual. Durante esse período, conheci Sara. Ela foi minha primeira mulher, alguém muito importante na minha vida. Embora eu não estivesse apaixonada por ela, Sara foi gentil e sensível. Vivemos juntas no apartamento dela por um tempo, e foi ao lado dela que comecei a entender melhor minha orientação sexual.
Eu me acostumei com a nossa rotina, vivemos três anos juntas. Mas as coisas mudaram quando Sara recebeu uma oportunidade de trabalho na Alemanha. Ela estava empolgada com a chance, mas eu não estava pronta para seguir esse caminho. Então, decidimos terminar. Voltei para a casa da minha mãe, levando comigo as lembranças e as lições que aquela relação me trouxe.
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Olhei para Luiza, que me ouvia atentamente.
- Posso continuar, Luiza? Tudo bem?
- Pode, Valentina, tudo bem.
Depois de um tempo que Sara foi embora, nós não nos prometemos nada. Não tínhamos compromisso uma com a outra. Foi bem difícil, afinal, eu estava me sentindo muito só. Nesse período, mudei de empresa. Melhores condições de trabalho, enfim, fui promovida. No mesmo mês, passei a fazer parte da equipe principal, que era constituída por três sócios.
Um dos sócios era de origem italiana, chamado Lorenzo Benites. Ele tinha 30 anos, era alto, moreno e muito bonito, com uma voz forte. Ele sempre participava das reuniões. Virou rotina: após cada reunião, conversávamos um pouco e ele trazia café. Conversávamos, mas não passava disso. Até que um dia...
Depois de mais uma reunião produtiva, ele sugeriu que saíssemos para jantar. Eu estava surpresa com o convite, mas aceitei. Saímos do escritório e fomos a um restaurante italiano que ele dizia ser o seu favorito. A noite estava agradável, e a conversa fluiu de forma leve e descontraída.
- Você é uma pessoa muito interessante, Valentina - ele comentou enquanto mexia no vinho em sua taça. - Sinto que a vida te levou a caminhos que moldaram essa mulher incrível que você é hoje.
Sorri, um pouco sem jeito.
- Obrigada, Lorenzo. Você também é uma pessoa que desperta curiosidade. Parece que tem muito a contar, mas escolhe as palavras com cuidado.
Ele riu suavemente.
- Talvez seja porque sou italiano, e nós temos essa mania de guardar os sentimentos até que seja o momento certo de expressá-los. Mas falando em momentos certos, há algo que gostaria de te dizer.
