Luiza e Valentina convivem desde criança, em uma fazenda no Interior do Rio de Janeiro.
Os pais de Luiza foram trabalhar na fazenda dos pais de Valentina.
Ambas são amigas inseparáveis desde a infância, junto dos irmãos de ambas.
O destino as separ...
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Porque dizem que o lar é onde seu coração está gravado em pedra É para onde você vai quando está sozinho É onde você vai descansar seus ossos Não é apenas onde você deita sua cabeça Não é apenas onde você arruma sua cama Enquanto estivermos juntos, importa para onde vamos?
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Luiza
O silêncio de Valentina era tão profundo quanto a noite que nos cercava. Eu respeitei esse espaço, entendendo que ela precisava processar tudo, mesmo que o peso fosse esmagador.
Quando chegamos ao ponto de encontro, havia dois helicópteros aguardando. A delegada Helena fez um sinal para que entrássemos rapidamente. Sabíamos que o tempo era crucial.
Entramos no primeiro helicóptero: eu, Valentina, a delegada e um dos policiais. No segundo, Davi e dois policiais nos acompanhavam, prontos para qualquer eventualidade.
Valentina e eu arcamos com todas as despesas, pois queríamos garantir que nada fosse deixado ao acaso. Cada detalhe importava.
Eu sentia a tensão no ar, quase como uma segunda pele, e olhei para Valentina ao meu lado. Ela estava firme, mas podia perceber a batalha interna que ela travava.
Valentina
Eu estava tentando manter a calma, mas o turbilhão de emoções era inevitável.
Apertei a sacola que estava comigo o tempo todo com força, como se ela fosse um pedaço do meu coração que eu estava prestes a entregar de volta.
Olhei para Luiza, tentando transmitir um pouco de tranquilidade, mesmo que por dentro eu estivesse desmoronando, para ela não se preocupasse tanto comigo.
- Mas fica tranquila, amor - tentei dizer com uma voz firme, ainda que suave. - Se a delegada nos chamou para vir, é porque existem grandes chances de ser ela, a nossa Tetê.(Luiza)
Valentina me olhou com preocupação, e eu sabia que, apesar da força que sempre demonstrava, estava ansiosa e cheia de dúvidas. A preocupação com Léo era evidente, mas eu precisava me tranquilizar e a ela também.(Luiza)
- Ainda bem que o Léo estava brincando, e não percebeu todo esse movimento - comentou Luiza, pensativa.
Eu suspirei, sabendo que Léo era mais perceptivo do que aparentava.
- Amor, ele sabe. - Eu a encarei, e vi a dúvida em seus olhos. - Você acha? - ela perguntou.
- Eles são gêmeos, Luiza. O gêmeo sabe... - respondi com uma certeza profunda, como se algo maior me guiasse.
- Desde que ela foi levada, ele sempre sentiu a falta dela, mesmo eles sendo pequenos, mesmo sem entender direito.
O vínculo entre eles é forte, é como se uma parte dele estivesse longe todo esse tempo. E eu nunca interrompi, eu sempre acreditei que ela voltaria um dia.
