Luiza e Valentina convivem desde criança, em uma fazenda no Interior do Rio de Janeiro.
Os pais de Luiza foram trabalhar na fazenda dos pais de Valentina.
Ambas são amigas inseparáveis desde a infância, junto dos irmãos de ambas.
O destino as separ...
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Valentina
Atualmente...
Respirei fundo, tentando acalmar os pensamentos que me invadiam. As lembranças estavam se misturando com o presente, criando um turbilhão de emoções dentro de mim.
Enquanto conversava com Luiza, compartilhando com ela uma parte do meu passado, percebia o quanto ainda estava guardado, o quanto ainda precisava ser dito, mas que, por algum motivo, eu não conseguia trazer à tona naquele momento, na verdade eu quero que ela se lembre de mim naturalmente.
Minha mente estava dividida. De um lado, eu narrava para Luiza todo o drama que vivi, as dores que enfrentei e as perdas que marcaram minha vida. Do outro, estava a nossa história, a nossa conexão perdida e o reencontro que ainda não havia acontecido.
Havia tanto a ser dito, mas ao mesmo tempo, algo me segurava. Era como se eu estivesse montando um quebra-cabeça, e algumas peças ainda estivessem faltando.
Luiza, sem perceber o peso que essas lembranças traziam, me ouvia atentamente, com aquele olhar amoroso que sempre me acalmava.
Eu sabia que precisava ser honesta com ela, abrir meu coração completamente, mas também sabia que o momento certo ainda não havia chegado, eu estou lidando com cautela, tenho cuidado e quero proteger, cuidar.
Precisava de mais tempo, de mais clareza para conseguir unir todas as partes da minha vida em uma linha coerente, em uma história que fizesse sentido para nós duas.
Respirei fundo novamente e continuei a conversar com Luiza, tentando me concentrar no que eu podia contar agora, enquanto mantinha em mente que, em breve, eu precisaria abordar o que ainda estava oculto.
Sabia que nosso reencontro com o passado, com a nossa história, estava se aproximando, e quando esse momento chegasse, eu estaria pronta para compartilhar tudo, sem reservas.
Mas por agora, eu precisava esperar.
Esperar o momento em que eu pudesse abrir meu coração por completo, contar sobre seus pais, sobre o nosso reencontro e, finalmente, reconstruir o laço que um dia nos uniu.
Sabia que seria um caminho difícil, mas estava determinada a seguir em frente, por mim, por Luiza, e principalmente pelos meus filhos, que mereciam conhecer toda a verdade sobre as suas raízes. Eu sempre digo filhos, porque minha filha Teresa vive, é faz parte de mim, e eu vou encontrá-la.
Eu sabia que, quando esse dia chegasse, nada mais ficaria entre nós.
Estaria livre para viver plenamente esse amor, sem sombras, sem segredos. Até lá, eu iria continuar a construir essa ponte, pouco a pouco, até que ambas as histórias se unissem, e eu pudesse contar, finalmente, tudo o que estava guardado dentro de mim sobre nós e nossas valiosas e lindas lembranças.
