Luiza e Valentina convivem desde criança, em uma fazenda no Interior do Rio de Janeiro.
Os pais de Luiza foram trabalhar na fazenda dos pais de Valentina.
Ambas são amigas inseparáveis desde a infância, junto dos irmãos de ambas.
O destino as separ...
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Valentina
Eu me virei na cama e sorri porque a minha linda Luiza estava aqui comigo. Que noite maravilhosa! Que entrega! Eu estava diferente mesmo, como ela mesma disse. Estou tão feliz, mas também preocupada porque está quase chegando a hora de falar para ela quem eu realmente sou.
Passei a mão suavemente pelos seus cabelos, tentando acalmar a ansiedade que crescia dentro de mim. Luiza estava profundamente adormecida, com um semblante sereno que só tornava a minha apreensão mais intensa. Não queria perder essa felicidade, mas sabia que a verdade precisava ser dita.
- Preciso ser honesta com ela - sussurrei para mim mesma, tentando reunir coragem.
Acariciei o rosto dela, sentindo o calor de sua pele sob meus dedos. Luiza se mexeu ligeiramente, murmurando algo ininteligível antes de voltar ao sono profundo. Minha mente estava uma confusão de pensamentos e sentimentos.
- Luiza - comecei a dizer baixinho, só para mim mesma, quase como se estivesse ensaiando - há algo que você precisa saber sobre mim... Claro que ela não me escutou, mas valeu a minha tentativa de coragem. Era um ensaio, pois chegaria a hora que eu teria que falar com ela, mas agora não daria tempo, não era hora.
Fiquei ali, pensando nas palavras certas. Ela sempre é tão compreensiva e carinhosa, mas e se essa revelação mudasse tudo? Eu não poderia mais adiar, mesmo que o medo de perder o amor dela fosse esmagador.
Finalmente, com o coração acelerado, me inclinei e a beijei levemente nos lábios. Acordar Luiza não era fácil, mas precisava tentar.
- Luiza, amor, precisamos acordar, são 6h40min, temos que voltar para a minha casa para liberar a minha irmã e irmos trabalhar. Vamos para a fazenda, seus queijos devem estar com saudades - sorri.
Ela abriu os olhos lentamente, piscando algumas vezes até que sua expressão confusa se suavizou em um sorriso sonolento.
- O que foi, meu amor? - perguntou ela, com a voz ainda rouca de sono. - Você não quer?
- Sua boba linda, eu sempre te quero, mas agora não dá tempo - espalhei beijos por todo seu rosto.
Respirei fundo, sentindo a coragem me inundar.
- Está bem, você tem razão, mas, amor, não podemos tomar um café primeiro, antes de sairmos? Não sou ninguém sem antes tomar um bom café de manhã.
- Claro, meu amor, eu vou preparar, enquanto você se arruma, tá bom? - Lhe dei um beijo mais demorado e fui para a cozinha fazer o café para nós.
- Está bem, Valentina - ela me segurou entre seus braços, não queria soltar, me beijou de volta, me abraçou, sorriu e me soltou.
Enquanto eu preparava o nosso café, fiquei entregue às minhas lembranças. Algumas me faziam sorrir e sentir saudade, outras me davam enjoo e dor na boca do estômago.
