Luiza e Valentina convivem desde criança, em uma fazenda no Interior do Rio de Janeiro.
Os pais de Luiza foram trabalhar na fazenda dos pais de Valentina.
Ambas são amigas inseparáveis desde a infância, junto dos irmãos de ambas.
O destino as separ...
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Luiza
Acordei, espreguicei-me e senti meu corpo relaxar completamente. O dia lá fora estava radiante, o céu sem nuvens e a luz do sol iluminava a paisagem de forma tão suave que me fez sorrir involuntariamente. Olhei para o lado e vi Valentina ainda dormindo tranquilamente. Seus traços serenos, o leve movimento de sua respiração... era como se ela pertencesse àquela manhã perfeita.
Olhei para o relógio: 06h30.
- Hoje quem caiu da cama fui eu - pensei, rindo baixinho.
Deitei de volta, me aconchegando mais nos lençóis e olhando para o teto. Uma paz inexplicável me envolvia, e enquanto olhava em volta, me veio uma dúvida boba, mas que não pude evitar.
- Será que essa cama é tão boa assim mesmo, ou é a dona dela que faz tudo parecer perfeito? - ri de novo comigo mesma.
A cama era confortável, sim, mas eu sabia que o conforto verdadeiro vinha da presença de Valentina.
Ela era a razão de tudo parecer melhor, mais leve e certo. As noites ao lado dela, os momentos de carinho, tudo parecia se encaixar no lugar certo quando estávamos juntas.
Voltei a observar Valentina por alguns minutos, aproveitando aquele instante raro de silêncio e calmaria.
Decidi que não havia pressa. O dia estava só começando, e tínhamos todo o tempo do mundo para aproveitar cada segundo.
Cheguei bem perto de Valentina, seu perfume doce e familiar preenchendo o ar ao nosso redor. Não resisti e sussurrei no ouvido dela:
- Oi, gostosa... tudo bem? Precisa ser tão linda e me deixar tonta com esse perfume?
Valentina sorriu, ainda de olhos fechados, como se estivesse aproveitando cada palavra.
O sorriso dela era suave, como se soubesse o efeito que causava em mim, mas ao mesmo tempo, fingindo um pouco de inocência.
- Humm... bom dia pra você também - murmurou, a voz rouca e preguiçosa de quem ainda estava meio adormecida.
Eu ri, acariciando de leve os cabelos dela, deixando meus dedos deslizarem por entre os fios.
- Você sabe o que faz comigo, não sabe? - provoquei, agora beijando o canto da sua boca, sentindo-a se mexer de leve, ainda de olhos fechados, como se quisesse prolongar aquele momento entre o sonho e a realidade.
- Sei - respondeu ela, ainda sorrindo. - Mas gosto de ouvir você dizer.
A risada que escapou de mim foi silenciosa, mas cheia de carinho. Valentina, sempre provocadora, me desarmava com apenas algumas palavras.
Não pude resistir. Coloquei meus lábios nos dela, começando com um beijo leve, sem pressa.
Ela finalmente abriu os olhos, me encarando de forma intensa, como se aquele simples gesto dissesse tudo o que precisávamos saber.
