Pirate's Heart, Siren's soul - Seongjoong

XII

O capítulo a seguir contém menção sexual explícita.

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Hongjoong fechou os olhos enquanto Seonghwa se inclinava e conectava seus lábios suavemente. Seu estômago se revirou e seu corpo arrepiou até os dedos dos pés com a combinação de medo, ansiedade e excitação que girava dentro dele. O loiro não tinha certeza do que estava fazendo — ou melhor, por que estava fazendo isso. Este era um jogo perigoso de se jogar, especialmente sabendo que o pirata morreria em breve. Ele não deveria estar se apegando, mas, que os deuses o amaldiçoassem se Seonghwa não tornasse isso quase impossível.

Quando o Park se afastou após apenas alguns segundos do selinho, Hongjoong abriu os olhos em confusão. Ele esperava algo lascivo e apaixonado, e o breve e terno toque de seus lábios o pegou de surpresa e o deixou sentindo um pouco vazio. Como se algo estivesse faltando. O olhar do pirata era suave e entristecido enquanto ele estudava cada detalhe do rosto de Kim, como se estivesse memorizando-o. Quando seus olhos se encontraram, Seonghwa deu ao seu companheiro um pequeno sorriso esforçado, pois sentia como se seu rosto todo estivesse sendo pesado pela tristeza e arrependimento. Por quase toda a sua vida, estava preparado para morrer. Ele havia feito as pazes com a morte há muito tempo e não tinha mais medo dela como quando era um garoto. No entanto, ele achava uma coincidência cruel ter encontrado algo pelo qual valia a pena viver justamente na hora de morrer.

A ideia de nunca mais ver Hongjoong doía mais do que qualquer lâmina afiada poderia doer. Sua alma doía com esse pensamento, e quanto mais ele pensava em partir, mais parecia que uma mão havia envolvido seus dedos ao redor de seu coração e estava lentamente espremendo ele.

– Obrigado – ele sussurrou, colocando muito mais significado nas palavras do que Hongjoong poderia entender.

Os olhos castanhos do mercador estavam tempestuosos enquanto ele se forçava a olhar para outro lado. O ar entre eles estava pesado, e ele estava achando mais difícil respirar, em vez dos olhos de Seonghwa, que ele tinha certeza de que o derreteriam, Hongjoong focou no ombro do outro homem, onde residia logo acima da superfície da água. Sem pensar, ele estendeu a mão para traçar suavemente seus dedos sobre a tinta negra nascida da magia que agora envolvia todo o braço do pirata.

– Por que está crescendo? – ele perguntou suavemente, traçando as pontas das mechas mais distantes enquanto elas se curvavam na borda da clavícula de Seonghwa.

O pirata engoliu em seco enquanto olhava para onde o mercador tocava sua pele. – É uma contagem regressiva – ele disse, sem emoção.

– O que você quer dizer? – Hongjoong perguntou, franzindo a testa enquanto olhava novamente para a pele afetada.

– Quando chegar ao meu coração, meu tempo acabou.

Os dedos de Kim deslizaram a curta distância até onde residia o coração do moreno. O medo do inevitável constrangia sua garganta e fazia-o sentir como se estivesse sendo estrangulado novamente. – Q-quanto tempo você tem? – sua voz era quase inaudível, mas Seonghwa ainda a ouviu quebrar.

– Um dia – ele disse suavemente. – Talvez dois.

A visão de Hongjoong embaçou enquanto as lágrimas se acumulavam em seus olhos. Ele rapidamente os fechou enquanto lutava para manter a compostura. Bem ali e naquele momento, ele fez um voto de que não choraria por isso. Ele não podia. Chorar pelo assassino de sua tripulação parecia uma traição quando ele nem mesmo havia chorado por sua tripulação. Pelos Deuses, ele se sentia uma pessoa horrível, mas não podia evitar. Apesar de tudo, ele não estava pronto para isso.

– Deve haver algo que você possa fazer – ele disse com a voz firme – E-e se você matar isso? Antes que isso te mate.

– É impossível, Hongjoong – Seonghwa rejeitou sua sugestão suavemente, estendendo a mão para acariciar suavemente o queixo de seu companheiro. – Eu também não posso simplesmente me esconder na ilha. Uma vez que chegar, serei atraído por ela, assim como você foi por mim quando cantei para você. Eu morrerei no mar.