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JOHANN - UM MÊS DEPOIS

O verão está quase acabando, daqui a pouco minha faculdade começa e eu ainda não consegui ter um encontro com o cara que eu gosto! Alguma coisa sempre atrapalha o Friedrich a sair comigo, principalmente os pais dele, que mais parecem o tratar como um faz-tudo.

A gente tentou várias vezes, mas nunca funciona, só conseguimos noe encontrar no apartamento do Leopold. O Friedrich está bem carinhoso comigo, e eu com ele, nós estamos realmente apaixonados e o sexo é ótimo.

Eu tenho saído com os meninos sempre, então não tô exatamente sem companhia, mas eu queria muito ter um encontro com ele, já que somos praticamente namorados. Friedrich me disse várias vezes que me quer, que quer ser meu, não é justo não podermos sair juntos.

— Eu tô muito cansado pra dar pra você agora. — ele diz ao telefone quando eu sugiro irmos à casa do Leopold. — Fui o motorista dos meus pais hoje.

— Ô, bem, eu não te quero só pra foder.

— Tá, mas eu quero muito dormir agora.

— Então tá, bem.

— A gente se encontra no Leopold mais tarde.

— Tá bom, bem. Tchau.

— Tchau, bebê.

Coloco o celular na cama e suspiro, então levanto e começo a me arrumar pra sair com os meninos. Vou usar aquela camisa de renda lilás, já que nunca consigo sair com o Friedrich.

— Ai, eu vou passar aquela sombra hoje de qualquer jeito!

Termino de me arrumar e saio de casa, eu vou até o Elke pra ele levar a gente pra rua.

Bem, eu passo por um campinho de futebol e olho pra um pessoal jogando bola, parando de andar ao ver o Friedrich bem no meio deles.

Mas ele disse que tava cansado!

Parece que é o final da partida, porque várias pessoas correm até o campo comemorando, inclusive uma garota que pula nos braços dele.

— Parabéns, amorzinho!

Ela dá um beijo apaixonado nele.

Ele tem namorada?!!

— Eu não acredito nisso!

Saio dali apressado, segurando uma lágrima e fechando as mãos com força.

— Eu não vou chorar por isso, não vou...!

Chego na casa do Elke logo depois do Gunter.

— Que cara é essa?

Fico de braços cruzados olhando pra baixo.

— Johann!

— Hm?

— O que aconteceu?

— Nada, não.

— Então, nós vamos acampar de novo nesse final de semana mesmo, né? — o Elke pergunta.

— Com certeza!

Mais tarde eu entro na casa do Leopold.

— Oi! — Friedrich vem em minha direção pra me abraçar.

Desvio dele.

— A gente precisa conversar.

Já vou pro quarto que a gente costuma usar, então ele vem atrás de mim.

— Por que não me disse que tinha uma namorada?

— Hã?

Me viro pra ele.

— Por que você mentiu pra mim?! Eu passei pelo campo de futebol e te vi jogando bola, Friedrich. Logo depois que você disse que estava cansado.

— Johann, a minha namorada não significa nada pra mim, tá legal? Ela é amiga da família, e todos queriam que a gente ficasse junto. Eu aceitei só pra pararem de encher meu saco, e a gente nem faz sexo.

Viro os olhos.

— Eu, idiota apaixonado por você, nem imaginei. Por que você mentiu pra mim hoje?

— Eu não queria te falar sobre o jogo. Você ia pedir pra eu largar meus amigos.

— É lógico! Você me disse uma porção de vezes que seus amigos são uns imbecis, que não gosta deles e que eles são homofóbicos.

— Eles são realmente intragáveis, mas eu não posso simplesmente esquecer deles. Iam me fazer muitas perguntas.

— Espera. As outras vezes que você não pôde sair comigo, era verdade?

Friedrich abaixa a cabeça.

— Era verdade ou não?!

— Não...

— Você não queria ter um encontro comigo?

— Eu queria!

— E então?

— Eu não queria que vissem a gente juntos na rua.

— Por que essa resposta não me surpreende?

Dou uma gargalhada sem graça.

— Você sente vergonha de mim? Eu sou afeminado demais? É por que eu uso maquiagem?

— Não, bebê! — ele põe as mãos no meu rosto. — Eu acho você muito lindo do seu jeito. É só que eu não queria que algum amigo meu nos visse e te desrespeitasse.

— Será que não consegue parar de chamar eles de "amigos", não? Eles vão te dar as costas mesmo.

— E você acha que eu não sei?! Eu parei de me importar com eles assim que consegui aceitar que eu sou gay.

— Eu gostaria que você não tivesse mentido pra mim, mas você me enrolou esse tempo todo. Eu não quero ser seu casinho, pra você sair com sua namorada e se encontrar com o idiota aqui só pra trepar.

— E os planos que a gente fez?

— Eram planos de verdade, Friedrich? Você mentiu literalmente o tempo todo desde que começamos a nos falar, eu não sei se posso acreditar.

— Me desculpa, Johann.

— E eu pensando que a gente estava quase namorando. Eu vou embora.

— Não, deixa eu te abraçar.

— Eu falei, não vou ser o seu casinho, o secundário.

— Secundário? Eu te falei que quero ser seu.

— Só que eu não sou seu namorado, aquela garota é.

Viro as costas e me preparo pra sair.

— Não precisa aparecer pro acampamento. Ah, é, você ia dizer que não pode ir de qualquer forma, não é? — debocho.

Com isso eu saio apressado, o deixando pra trás.

Continua...

Jovenzinhos (Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora