CAPÍTULO UM

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Pov: Faye Malisorn

Meus pés colidem contra o chão ao mesmo tempo que meu coração bate aceleradamente no peito e o suor escorre pela minha testa, tento controlar minha respiração mas a baixa temperatura de Nova York não me permite fazê-lo como gostaria. O rock pesado em meus fones é interrompido pelo toque do meu celular, viro meu braço direito para visualizar o aparelho guardado em minha braçadeira e me surpreendo ao ver o nome de uma antiga amiga no visor. 

Paro abaixo de uma das diversas árvores daquele parque, retiro o celular da pochete e atendo a ligação com o cenho franzido, antes de dizer qualquer coisas, inspiro uma longa lufada de ar para recuperar o fôlego. 

- Ize? - Finalmente digo, ainda um pouco ofegante. 

- Faye Malisorn, quanto tempo. Atrapalho? - Seu tom é mais sério do que simpático. Eu havia conhecido Ize há alguns anos atrás por conta da minha irmã mais nova, de início, minha caçula tentou juntar-nos como um casal, mas acabamos por virar boas amigas; amizade essa que esfriou após sua repentina mudança para Los Angeles.

- Eu estava finalizando a minha corrida matinal... Inclusive, ai não são - Olho para o meu relógio de pulso. - Três da manhã? 

Ouço-a suspirar do outro lado da ligação e logo percebo que algo estava errado. 

- Na verdade estou em Nova York por alguns dias, queria saber se podemos nos encontrar hoje, você está ocupada? - Ela estava estranha. 

- Claro, posso ver se minha irmã está liv-

- Na verdade, eu gostaria de falar sobre trabalho. - Ela me interrompe e sua fala me pega de surpresa. Ize precisar dos meus serviços deixou-me ainda mais preocupada.

A ligação não durou muito, a mulher assegurou-me de que estava bem e que me explicaria tudo em nosso encontro, o qual aconteceria pontualmente ao meio dia no hotel em que ele estava hospedada, outra informação que pegou-me de surpresa, por qual razão ela não havia ficado na casa dos pais?

Refaço o caminho até o meu apartamento correndo e sou surpreendida novamente ao encontrar a alegre família da minha irmã mais nova descendo da Tucson branca, vejo minha caçula retirar seu filho mais novo da cadeirinha enquanto minha sobrinha mais velha auxilia sua outra mãe a descer algumas sacolas do carro, mas ela logo para ao ver-me atravessar a rua, abrindo um largo sorriso. 

- Tia Mali! - A garota de quatro anos corre em minha direção com os braços abertos, me agacho rapidamente para recebê-la em meus braços, seus pequenos braços envolvem meu pescoço e eu aperto seu corpo num abraço gostoso e acalorado. 

- Bom dia pequena. - Beijo seus cabelos que exalam cheiro de shampoo infantil. - O que fazem por aqui tão cedo, huh? 

- Viemos tomar café da manhã em família. - A pequena disse empolgada ao se soltar do meu abraço, levanto-me do chão, passando as mãos pelos meus joelhos para limpar a sujeira da rua. Vejo minha irmã se aproximar com um sorriso no rosto, segurando seu manhoso filho mais novo no colo, que tem a cabecinha deitada sob seu ombro. 

- Desculpe vir sem avisar, estávamos por perto e resolvemos trazer café da manhã, eu tenho certeza que você ainda não comeu. - Freen diz num tom divertido e eu reviro os meus olhos. Sua esposa, Rebecca, vem logo atrás segurando as sacolas com o logo de um das melhores, e mais caras, padarias da região. 

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