CAPÍTULO ONZE (Parte I)

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AVISOS IMPORTANTES: Este capítulo contém *ASSÉDIO SEXUAL E VIOLÊNCIA*. O relato de Yoko também pode ser forte para algumas pessoas, então atenção aos GATILHOS.

Pov: Narrador

No completo escuro, Yoko está deitada de barriga para cima com as mãos cruzadas em seu abdômen e os olhos fixo no teto. Seu coração acelerado e o frio em sua espinha não a deixariam  dormir tão cedo, porém, o suor em suas mãos e a secura em seus lábios vinham por conta da pessoa com quem dividiria a cama por algumas horas, sua segurança Faye Malisorn.

A mais velha não estava atrás, seus olhos não atreviam a fechar, preocupada que algo passasse despercebido, porém a sua respiração ofegante era por dividir um momento tão "íntimo" com Apasra, mesmo que não se tocassem, ainda era possível sentir o perfume da menor se espalhar por todo o quarto e ouvi-la respirar descompassadamente. Ela sabia que Yoko ainda não havia dormido, mas ficou em silêncio na esperança que a mesma não iniciasse nenhum tipo de conversa. 

Mas isso de nada adiantou. Faye sentiu a o colchão balançar e pediu aos céus que Yoko estivesse apenas mudando para uma posição confortável. Mas não, a jovem queria conversar, e assim ela o faria. 

- Malisorn... Está acordada? - Diz ao aproximar-se mais do corpo da mais velha, que agradeceu mentalmente pela escuridão, pois toda sua pele arrepiou-se ao sentir a respiração de Yoko tocar-lhe o ombro.

 - Agora estou. - Mentiu de forma seca. Yoko soltou uma pequena risada, sabendo que aquilo não era verdade. - O que você precisa?

- Eu só... Queria conversar. - Soltou um suspiro, as palavras soaram como súplica. - Não acho que conseguirei dormir essa noite. - Faye então virou o corpo em direção ao dela, assustando-se por tanta proximidade. Ela usou uma mão para afastar um pouco a jovem em prol de sua sanidade mental. 

- Não precisa ficar com medo. Eu estou aqui, nada te acontecerá. - Seu hálito fresco de menta atinge o rosto de Yoko, que segura-se para não suspirar de prazer. 

- Eu sei disso... Mas isso não anula o que aconteceu. - Confessa mais baixo. - Dei-me apenas cinco minutos, ou cinco perguntas, não ligo, só quero conversar até sentir sono. - A cabeça de Faye girou em dúvida. 

- Você deveria descansar. Seus compromissos começam em poucas horas. - Tentou afastá-la com palavras, por ser incapaz de tocá-la novamente sem sentir o corpo arrepiar. Yoko bufou, sentando-se sobre a cama logo em seguida. - Onde pensa que vai?

- Achar alguém para conversar. Lucca ainda deve estar em seu turno e ele sempre está apto a conversar comigo. - Yoko faz menção de levantar-se, mas com movimentos rápidos, Faye agarra seu punho, puxando-a de volta para cama. 

- Você está proibida de sair desse quarto hoje, entendeu? - Praticamente rosnou em fúria. - Deite-se, eu irei te ouvir. 

Por conta da escuridão do quarto, Faye não pode ver, mas Yoko dava um sorriso de canto enquanto deitava lentamente, ainda mais perto do corpo quente da segurança, que havia aumentado de temperatura ao imaginar Apasra, com o pouco tecido que usava, conversando animadamente com Lucca. Ela preferia morrer ao ver tal cena. 

- Sabe... Eu sinto que te conheço tão pouco. Até hoje tudo o que conversamos foi sobre mim. - Seu dedo indicador encontra a pele desnuda do ombro de Faye, traçando ali linhas imaginárias. Tornando-se um comando para a falta de ar da mais velha. - Me conte algo mais pessoal do que a sua comida favorita... Me conte sobre a sua família, como é a sua relação com eles, sei que tem uma irmã mas como ela é? E você tem outros irmãos, primos... esposa ou esposo. 

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