CAPÍTULO DEZ

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Aviso: Esse capítulo contém *VIOLÊNCIA E ARMAS DE FOGO*

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Pov: Yoko Apsra

Aperto meu ombro com força, girando minha cabeça em movimentos circulares enquanto tento soltar meus músculos. Faltam apenas cinco dias para o início da minha primeira turnê mundial e eu estou exausta, tenho tido ensaios todos os dias, tanto das coreografias como de técnica vocal; eu mal via minha casa e muito menos a minha cama. 

Essa rotina exaustiva começou no dia seguinte após o meu "dia de folga" por recomendações médicas, algo que pegou à todos de surpresa,  inclusive Ize. Minha reunião com Miami havia sido conturbada, o homem além de aumentar minha carga horária de ensaios, deu-me um prazo de cinco dias para entregar uma música inédita para adicionarmos na setlist do show, o prazo acabava em dois dias. Mas o pior, ela deveria ser romântica; minha carreira agora girava em torno de um relacionamento inexistente. Então mesmo que eu chegasse em casa meia noite, eu passava mais algumas horas na sala de música compondo. 

Com a turnê chegando, os paparazzis pareciam estar ainda mais no meu pé, e aquilo estava começando a me desagradar. Eu não podia ir ao mercado que eles me cercavam do lado de fora. Sem contar as teorias da conspiração que muitos fãs faziam todos os dias, até a minha própria sombra no carro de Ravi eles desconfiaram ser Hailee, quer dizer, afirmaram. De início achei engraçado, mas algumas coisas passavam dos limites, até mesmo tive que responder alguns, de uma forma carinhosa, é claro

Quanto a Malisorn... Ela segue sendo uma grande incógnita. O dia a sós em minha casa havia sido muito bom, confesso que de início me senti incomodada com a forma que ela me abordou sobre o meu problema com a comida, assim como Ize, Marissa e Ciize já haviam feito, o que ocasionou em brigas. Mas na vez de Malisorn eu me senti segura, e contar um dos meus maiores segredos foi libertador. Porém, a notícia de que Hailee abriria meu show a deixou quieta novamente, ela cozinhou meu jantar em silêncio, jantou ao meu lado da mesma forma, fingindo estar concentrada num outro filme que havíamos escolhido e subiu ao quarto logo depois de lavar os pratos. 

Em contra partida, quanto mais em cima os paparazzis ficavam, mais protetora Malisorn ficava. A mão em minhas costas já era de praxe, mas os toques protetores evoluíram, chegando até mesmo a entrelaçar nossas mãos em alguns momentos. De alguma forma, eu sentia que aquilo era mais do que o seu trabalho, poderia ela, realmente, estar preocupada comigo? Não como a segurança Malisorn, e sim como Faye

Sou tirada dos meus pensamentos quando Ize se aproxima segurando uma garrafa de água, dou um meio sorriso antes de aceitar a garrafa já aberta. Dou goles generosos como se estivesse há horas sem beber água, o que a faz rir. 

- Beba devagar, vai se engasgar. - Continua rindo. Reviro meus olhos antes de entregar a garrafa praticamente vazia.

- Anotado, mamãe. - Digo sem muito ânimo. Eu estava cansada e sem dormir, logo, estava nervosa e sem paciência com qualquer ser humano existente. 

- Ei... - Ela me cutuca levemente. - Eu sei que está cansada, eu prometo que estou tentando fazer de tudo para te dar algum descanso. Mas Miami está irredutível. - Ela suspira. Acabo por me sentir mal pela grosseria e estendo meu braço para afagar o seu. 

- Está tudo bem. Sei que você está trabalhando duro tanto quanto eu - Dou um sorriso cansado. - Agora, sobre Miami eu prefiro nem comentar. Esse homem vai me dar rugas. - Brinco fazendo-a rir. Ficamos alguns segundos em silêncio antes dela voltar a falar.

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