Confidencial

CAPÍTULO TREZE

Pov: Faye Malisorn

- Freen, você vai realmente me avisar se ele piorar? - Pergunto aflita, ouvindo de fundo o choro manhoso do meu sobrinho Preed. 

- Aviso, Mali. Não se preocupe tanto, está tudo bem agora. - Minha irmã mais nova suspira do outro lado da linha. Eu odiava não poder ajudá-la nesse momento. 

Freen me ligou em prantos durante o show de Yoko, Preed estava há alguns dias com uma febre, mas a pediatra havia dito que aquilo era normal, e realmente era, até a temperatura do pequeno começar a subir muito, causando uma convulsão assustadora. Ele foi levado às pressas para o hospital e tudo ficou bem; após o susto, minha irmã mais nova se permitiu chorar, mas não em frente à sua esposa que tentava acalmar a pequena Malee, assustada demais por ter visto o irmão que tanto ama daquela forma, ela me ligou e passou um bom tempo comigo. Mesmo de longe, eu sempre estaria de prontidão para ser sua irmã mais velha. 

Eu mal pude parabenizar Yoko pelo show, não que minhas felicitações fossem fazer muita diferença pois estava rodeada de pessoas, abraçando-a e beijando-a, principalmente Hailee, que não tirava as malditas mãos de quadris de Yoko por um único segundo. 

- Desculpe tomar tanto tempo do seu trabalho, não queria te atrapalhar... Só foi muito assustador, nunca passei algo parecido com Malee. - Freen suspira novamente. 

- Não se preocupe, tem muitos olhos em Yoko hoje, não há com o que se preocupar. - Digo com confiança. - Eu vou desligar agora mas, por favor, me ligue se precisar, tudo bem? Diga a Becky e Malee que eu mandei um beijo. 

- Pode deixar. Obrigada por ser a melhor irmã do mundo Mali. - Eu abro um pequeno sorriso antes de finalizar a ligação com o peito apertado.

Era difícil estar longe da minha família, mas eu havia feito uma promessa para Yoko e iria cumpri-la até o final. 

Guardo meu celular no bolso da calça social e ando em direção a Ize, Wan e Eye, que saboreiam alguns salgadinhos da mesa de petiscos. Olho em volta à procuro de Yoko mas não a encontro. Aquilo me ascende um alerta. 

- Faye, você precisa provar isso aqui! - Exclama Eye, um tanto quanto alcoolizada, tentando enfiar um salgado em minha boca. Eu recuo.

- Eu estou satisfeita, obrigada Eye. - Dou um meio sorriso e ela dá os ombros, voltando sua atenção para a comida. - Onde está Yoko? - Pergunto ainda olhando para os lados. 

- Ela quis descansar então voltou para o ônibus. - Ize me responde, visivelmente embriagada. 

Como assim? Yoko havia voltado sozinha para o ônibus?

Eu não as respondo, apenas ando rapidamente em direção a porta. Quanto mais perto meus passos ficam da saída, percebo o som de uma forte chuva tomar conta da cidade. Alcanço um guarda chuva com o logo do espaço em que estávamos e caminho para fora. 

Meus saltos batem com força no asfalto molhado e eu mal consigo enxergar o ônibus, estacionado em uma das últimas vagas do local. Meu coração acelera e sinto meu corpo vibrar de preocupação, minha mente me culpa por tê-la deixado sozinha antes mesmo de saber se ela estava bem.

Eu não podia deixá-la sozinha. 

Se algo acontecesse com Yoko eu... 

Finalmente alcanço o ônibus. Rapidamente digito a senha e adentro o veículo, virando-me de costas por alguns segundos apenas para fechar o guarda chuva antes de largá-lo ao lado da porta. Me preparo para procurar por Yoko mas não é mais necessário.