O amor pode curar até mesmo as feridas mais profundas...
Alice é uma garota descolada e divertida que decidiu mudar-se do Brasil para a casa do seu irmão, em Toronto no Canadá, com o foco em estudar arquitetura. Uma romântica de carteirinha, mas co...
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- Alice, abre a porta! Temos que conversar
Amanheci no chão, com uma dor nas costas e peso na cabeça, não havia saído mais do quarto e Lois foi minha única companhia a noite toda. Por sorte seus cacos de água e comida estavam em meu banheiro e não me senti culpada por ela ter ficado com fome
A voz do outro lado era da minha mãe, seu tom estava brando, mas eu não queria falar, não naquele momento que tudo revirava dentro de mim. Quando eu ficava nervosa, era normal vomitar e fiz isso, assim que levantei correndo do chão e por pouco, não chego até o vaso.
- Filha, abre a porta! Vamos conversar numa boa
Depois de uns minutos foi a vez do meu pai falar, só que nem Arthur conseguia abrandar a angústia dentro de mim
- Alice, se não abrir vamos ter que arrombar.
Aquela não foi a nossa primeira discussão na vida, mas talvez fosse a que mais me impus, não que eu sempre aceitasse tudo, mas o fato de me derreter em lágrimas não era algo que os meus pais estivessem acostumados a lidar.
Peguei minha bolsa sobre a cama pra tentar falar com Maddie, eu precisava saber se ela estava em casa, ou se eles a teriam varrido de vez. No aparelho haviam muitas mensagens dela, inclusive me avisando no dia anterior que os meus pais estavam em casa, mas não deu tempo de ver. Mensagens de Jaime também não faltavam, eram muitas e meu irmão parecia preocupado
"Alice, eu não contei nada sobre a mudança! Quando me ligaram já sabiam"
Era só uma das inúmeras que ele havia me mandado, mas não procuraria culpados, teria que lidar com a situação. Fiquei mais tranquila quando Maddie me avisou que estava em seu quarto, por sorte mamãe pareceu ter se distraído mais comigo e deixado minha amiga em paz.
Me olhei no espelho constatando o caco que me encontrava. Os olhos cheios de orelhas e a maquiagem do dia anterior toda borrada. Precisava de um banho urgente e não tinha planos de sair daquele quarto pelas próximas horas.
Um tempo depois ouvia-os me chamar na porta, eles se revezavam e insistiam para que a mesma fosse aberta e eu já começava a me dar por vencida, em algum momento eu teria que enfrentá-los.
- Ali, abre! Sou eu, Jaime!
O chamado do meu irmão me fez pular da cama, não importava o quanto eu estava chateada com ele ainda, eu precisava do seu colo. Abri a porta devagar, com receio de mamãe passar como um caminhão por cima de mim, mas eles nos deram espaço. Sem dizer nada inicialmente, Jay me abraçou forte em seu peito e minhas lágrimas desceram
- Não chora, pequena! Eu estou aqui
Disse, esfregando as minhas costas em um gesto de carinho. Depois, puxou pela minha mão e sentamos na cama
