O amor pode curar até mesmo as feridas mais profundas...
Alice é uma garota descolada e divertida que decidiu mudar-se do Brasil para a casa do seu irmão, em Toronto no Canadá, com o foco em estudar arquitetura. Uma romântica de carteirinha, mas co...
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Não vi mais Christian pelo resto do dia, o homem simplesmente sumia, entre os cômodos daquela casa enorme. Seria mais um fim de semana com a minha própria companhia e isso era chato. Pensei em ligar para Maddie e marcar alguma coisa, mas eu não tinha vontade de sair, isso acontecia com frequência durante o inverno e eu só queria companhia em casa mesmo, no aconchego quentinho e ver um filme de comédia que me fizesse esquecer da minha bagunça interna.
Na sala grande, eu fique por horas vendo TV e esperando que pelo menos, Kal aparecesse, mas ele costumava estar onde Christian estava e eu nunca sabia onde. Bem tarde a noite, os meus olhos queriam pregar de sono, fui até a cozinha, tomei um copo d'água e me recolhi, somente com aquilo na barriga, meu apetite nos últimos dias andava oscilando muito e comer sem companhia não ajudava em nada. ***
Na manhã de domingo, acordei decidida a ter um dia diferente daquele sábado monótono. Precisava de movimento, adrenalina, e então, coloquei minha roupa esportiva e desci para iniciar meu dia com o pé direito e uma meta, não cair na deprê outra vez.
Preparei meu suco de laranja e ovos mexidos, estava com fome, por não ter comido nada na noite anterior. Kal apareceu e pulou em mim, lhe dei carinho e iniciei minha refeição, sozinha e pensando na vida, lembrando dos meus pais e de Jamie e no quanto me faziam falta em muitos momentos, como naquele por exemplo .
Não demorou até eu sentir um cheiro de perfume convidativo e conhecido, não precisei olhar para trás para saber que era Christian que acabara de chegar. Diferente dos outros dias, ele não chamou pelo Kal, parecia estar se acostumando com a ideia do grandão gostar de mim, mas o seu fiel escudeiro, logo foi o encontrar, recebeu carinho e sentou novamente ao meu lado
- Está me trocando pela pirralha, Kal?
O homem parecia bem humorado naquela manhã, mesmo me chamando pelo apelido detestável, seu tom de voz era mais leve. Christian sentou no banco alto da ilha e me olhou, eu estava um pouco mais quieta que de costume, sem muita vontade de rebater ou pontuar sobre o meu verdadeiro nome, era a nostalgia que havia mexido comigo.
- Posso tomar do seu suco?
Não respondi imediatamente, fui pega de surpresa, pois era estranho ele estar me pedindo algo. Engoli mais uma garfada de ovos e fiz que sim com a cabeça. Christian se serviu e me olhava de cenho franzido quase que o tempo todo
- Ainda tem ovos?
Perguntou
- Sim...
Respondi e antes que ele levantasse, fui pegar e o servi de boa vontade
- Obrigado!
E outro milagre aconteceu, outra vez ele havia agradecido
- De nada!
Sorri, sem mostrar os dentes, mas ele não retribuiu.
Terminamos de comer quase ao mesmo tempo, Christian levantou primeiro, estava com roupa esportiva também, porém para o frio
