Capítulo 29 🦋

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Eu só pensava em ter Alice pra mim, todos os meus pensamentos me levavam a ela, meu corpo gritava por ela, era mais forte  do que eu e chegava torturar minha alma

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Eu só pensava em ter Alice pra mim, todos os meus pensamentos me levavam a ela, meu corpo gritava por ela, era mais forte  do que eu e chegava torturar minha alma. Como podia uma mulher fazer aquilo comigo? Despertar tantas coisas a ponto de me deixar confuso, louco. Me fazer ficar naquele estado de calamidade, sem ânimo, sem estímulo se não a tivesse por perto.

Eu já não tinha mais vida, me culpava todos os dias por ter ficado com ela e depois, por ter levado Raquel para esfregar em sua cara que era bom o suficiente para não me apegar a ninguém. Contudo, eu não imaginava que um dia, uma mulher fosse mexer tanto comigo, e por ironia do destino,  a irmã do meu amigo.

Minha relação com Alice, me levou ao limite, me fazendo pensar, ponderar e como poucas vezes na vida, sentir medo, pois as coisas estavam fora de controle e eu poderia perder meu amigo, minha essência e paz. Eu pensei em tudo para aquilo não virar uma bola de neve, só não pensei em Alice e em seus sentimentos, não me preocupei em feri-la, fui egoísta, e classifiquei nossos momentos juntos como um erro. Erro esse que eu não conseguia esquecer e queria repetir.

No momento em que a vi com aquele homem, foi como se minha mente tivesse dado um estalo, eu estava tendo ciúmes de alguém, ciúmes de Alice e perdendo a cabeça por ela. O filme dos  nossos momentos me passou na cabeça, seu toque, seu carinho, seus gestos de afeto... Foi duro imaginar tudo e pensar que aquelas coisas estranhas que ela me proporcionou, poderia também proporcionar a outro, e aí que chegou arder o meu peito, com o incômodo que a imagem dela e o médico me causava, eu estava sendo torturado a queima roupa, vendo tudo sem fazer nada e beirando a um ataque.

Senti um amargo na boca que tentei camuflar com a bebida, mas tudo só piorava,  não me preocupava mais se as pessoas estavam notando ou se Jamie iria ficar irritado, era como se só existisse ela. Eu custei a aceitar que estivesse gostando tanto de alguém, neguei a mim mesmo até o último minuto, até não haver mais escolhas a não ser me render e tentar mudar a situação, ter Alice, havia se tornado questão de honra pra mim, mesmo não sabendo na realidade o que sentia, eu precisava estar perto dela, pois naquele exato momento, aquela menina tinha plenos poderes sobre mim

- Vem comigo, Alice!

Minha menina estava moldável em minhas mãos, entregue aos meus estímulos e eu não a deixaria ir, não antes de lhe fazer sentir tudo o que estava provocando em mim.

- Onde?

Segurei sua mão e deslizei o portão da garagem, seria o lugar de mais fácil acesso. Entramos e voltei a fechar a porta gigante, acendi a luz baixa e fitei seu rosto vermelho

- Por que me trouxe aqui?

- Pra isso!

Sem delongas a beijei, eu precisava do seu beijo, mais do que de qualquer coisa. Era como se ele me dissesse que tudo estava bem e que eu teria aquela Alice alegre e falante de volta.
***

Refúgio no amor (vol. 1) O começo Onde histórias criam vida. Descubra agora